Com diálogo do Sindipar, hospitais do Paraná receberão reforço financeiro para enfrentar o pico da dengue

 07/03/2024

O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar) está atuando para que os hospitais paranaenses estejam bem equipados e não faltem insumos para atender pacientes com dengue no período de pico da doença, o que está previsto para o fim de março, começo de abril. Um dos insumos mais utilizados com pacientes de dengue é o soro.

O fruto desse diálogo é o reforço financeiro que a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) fará aos hospitais em março, para que consigam dar vazão ao fluxo de pacientes no pior momento da epidemia. O valor será distribuído de forma proporcional aos hospitais que mais estiverem atendendo casos de dengue.

"A diretoria do Sindipar tem orientado os hospitais para que verifiquem estoques e o manejo de leitos. Também estamos reunindo as demandas das instituições e intermediando os pedidos com a Sesa, para que o atendimento seja rápido e eficiente”, ressaltou Charles London, presidente do Sindipar.

Dengue no Paraná

O secretário estadual de saúde, Beto Preto, confirmou ao Sindipar que 2024 pode ser a pior epidemia de dengue já vista nos últimos tempos no Paraná. Até então, a pior fase da doença tinha ocorrido entre 2019 e 2020. Mas neste ano, comparando esta semana epidemiológica de 2024 com a mesma semana em 2020, os casos dobraram, segundo o secretário.

O ranking de estados com maior quantidade de casos tem oscilado de semana a semana. O Paraná já liderou a lista no começo de janeiro de 2024. No momento, é o 4º estado com mais pacientes. A região Norte do Paraná é onde a situação está mais crítica, com mais de 50% das mortes por dengue. O último boletim epidemiológico divulgado pela Sesa na terça-feira (27) trouxe a confirmação de mais 12.600 novos casos e sete óbitos.

Nova preocupação: Dengue tipo 3

Uma variante da dengue ressurgiu no Brasil depois de 15 anos: a dengue tipo 3, o que pode elevar a quantidade de pacientes internados. Conforme Charles London, por causa deste intervalo muito longo, o corpo humano já não possui mais anticorpos para combater a variante de forma eficiente, o que pode levar a casos mais graves da doença.

Os sintomas de quem está com dengue tipo 3 podem ser um pouco mais severos. E se o paciente já teve dengue de qualquer tipo anteriormente, o risco de ter dengue hemorrágica ao contrair a doença pela segunda vez, em especial a tipo 3, pode levar ao internamento hospitalar e até à morte.

Os casos de dengue tipo 3, por enquanto, estão bem concentrados em Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro, onde há 81 casos confirmados (dos 85 registrados em todo o estado). Mas o secretário supõe que logo a variante se espalhe por todo o Paraná. Apesar do temor, Beto Preto ressalta que o tipo predominante no estado ainda é o tipo 1, em menor quantidade está o tipo 2.

Fluxo atendimento

Pensando em otimizar ao máximo o fluxo de pacientes, Beto Preto esteve reunido com secretários municipais de saúde, em fevereiro, para pedir que insistam e reforcem o cuidado primário com a doença e que caprichem no fluxo de atendimento aos pacientes, para evitar a superlotação dos hospitais e a falta de insumos.

“A maioria dos casos de dengue é leve ou moderada. Então qual é a porta que vai ficar saturada? É a do pronto atendimento municipal, da UPA. E quando esse sistema estiver desequilibrado, são os hospitais que vão lotar. Por isso que eu tenho insistido na organização do fluxo, tem que deixar o atendimento no hospital para o paciente mais grave. Então precisamos organizar esse fluxo lá no começo, na prevenção e no atendimento primário aos pacientes”, analisa o secretário.

Diante do diálogo com o Sindipar, o secretário autorizou, primeiramente, um repasse de um reforço financeiro aos hospitais, que será pago em parcela única em março. Também autorizou a compra de um estoque de soro e outros insumos, para que as instituições façam frente aos casos graves.

“Os hospitais paranaenses deram demonstração de grandeza ao longo do tempo e essa relação de parceria não pode ficar por aqui, tem que ser ampliada. Na pandemia não fizemos hospitais de campanha. Trabalhamos com os hospitais que já existiam e que foram multiplicando suas equipes para poder fazer o atendimento acontecer. E isso, inclusive, trouxe muita credibilidade para o nosso trabalho aqui no Paraná. Mostrou que a rede hospitalar é muito forte, é honesta, leal, franca e que está à disposição no momento que mais a saúde precisa”, analisou e agradeceu o secretário.



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