Moradores do Barreirinha bloquearam por 30 minutos, na manhã do último sábado (23/09), a Avenida Anita Garibaldi, em Curitiba. A manifestação teve como objetivo pedir a reabertura do único hospital na região. O alvo dos protestos foi o Hospital Nossa Senhora da Glória, que há cerca de um ano foi fechado por problemas financeiros. Apesar de particular, o centro médico atendia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente na área de psiquiatria e dependência química.
“Queremos a reabertura do hospital que, de uma hora para outra, fechou as portas. Perto daqui há apenas a Unidade 24 horas do Boa Vista, que não tem como atender a população dessa região. Esse tipo de atendimento – psiquiátrico, de alcoolismo e drogas – faz muita falta. Se você caminhar pela Vila Leonice vai encontrar muitos alcoólatras jogados na rua”, afirma a presidente do Clube de Mães do bairro, Marisa Araújo.
Ela diz que é procurada mais de duas vezes por semana, com pedidos de ajuda para encaminhar esses pacientes a outros hospitais mais próximos, mas que geralmente não têm vagas.
O Barreirinha compreende, pelo menos, onze comunidades menores, como a Vila Leonice, a Formosa, Apucarana e Jardim Paraíso. Esse movimento já reuniu quase duas mil assinaturas no bairro, na tentativa de chamar a atenção do poder público.
“Sabemos que era uma propriedade particular onde funcionava o hospital. Porém, esperamos que a Prefeitura e o Estado sintam que há essa carência e assumam alguma coisa, pois podem ser intermediários”, pede Marisa.
O Hospital Nossa Senhora da Glória, na Avenida Anita Garibaldi, esquina com a Rua Ovídio Garcez, já teve 220 leitos. No entanto hoje o prédio está abandonado e além de ser alvo de pichação, serve de abrigo para mendigos.
“Esses leitos fazem falta para a comunidade. Se não tiver como esse hospital reabrir, que nos dêem outra alternativa, pois não há hospital aqui na região”, alerta o padre da paróquia local, Leocádio Zytkowski.