Pesquisadores da Universidade de Chicago, nos EUA, afirmam ter desenvolvido um “escudo químico” que pode evitar que pacientes desenvolvam infecções hospitalares. Segundo os pesquisadores, as bactérias agem – ou são ativadas – quando recebem mensagens químicas que mostram que estão em um corpo sob estresse e vulnerável.
De acordo com John Alverdy, que dirigiu o estudo e é professor na Universidade de Chicago, as bactérias podem “reprogramar sua estratégia de convivência pacífica” com seu hospedeiro para uma “ação” agressiva, quando recebem a informação de que o corpo está vulnerável.
Infecções hospitalares causam milhares de mortes todos os anos no mundo inteiro. Atualmente, a única forma de combatê-las é com antibióticos. O problema é que o alto uso de medicamentos em hospitais tem levado alguns tipos de bactérias a desenvolver resistências às drogas, o que consequentemente reduz a eficiência dos tratamentos.
A proposta dos pesquisadores é utilizar um polímero para evitar que as bactérias sejam ativadas ao perceberem que um organismo está vulnerável. Polímero é um composto formado por sucessivas aglomerações de moléculas.
O trabalho foi desenvolvido em ratos e enfocou o combate à pseudomonas aeruginosa – apontada como a segunda maior causa de infecções hospitalares no Brasil.
Essa bactéria pode ser encontrada no intestino de 3% das pessoas saudáveis. No entanto, ela pode se tornar fatal caso o portador da bactéria esteja debilitado, por exemplo, por uma cirurgia.
No teste, ratos foram infectados com essa bactéria dois dias após serem operados. Em alguns deles também foi injetada uma dose do polímero polietileno glicol, que acabou funcionando como uma espécie de muco no intestino dos ratos. Os animais que não receberam os polímeros acabaram morrendo por causa da infecção, enquanto os que foram tratados não adoeceram. O motivo seria a capacidade do polímero de interromper os sinais de estresse que ativam as bactérias.