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Hospital cria projeto social para lidar com lixo

Com a recente regulamentação da Anvisa para o Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde, hospitais de todo o País tiveram de enfrentar o desafio de administrar seu lixo dentro das regras específicas, da RDC 306, que zelam pelo meio ambiente e pela saúde pública. Para cumprir a regulamentação, algumas entidades de saúde, recorreram à criatividade para ganhar com a obrigatoriedade. O Hospital Brasília, na capital do País, por exemplo, vem desenvolvendo, há quatro meses, treinamento, dando esclarecimentos e estimulando seus funcionários a separarem o lixo, transformando o descartável em bom retorno para a própria entidade. Segundo a gestora de RH e atendimento do Hospital, Glória Gomes, a reciclagem foi a forma encontrada de contribuir com a cidade, levando educação e conscientização aos funcionários e suas famílias sobre a importância da coleta seletiva.

 

 

 

P&P – Como nasceu o projeto?

 

Glória – Quando a Anvisa lançou a RDC 306, que regulamenta sobre o resíduo produzido pelos hospitais, tivemos que elaborar um projeto de gerenciamento de resíduo. Ao separarmos o lixo produzido pelo hospital, verificamos que a maior parte dele é composta por lixo comum, passível de reciclagem. Então, percebemos que este material poderia ter um valor econômico e social.

 

 

 

P&P – Qual o maior ganho com a reciclagem?

 

Glória – Encontramos, com o projeto, uma forma de beneficiar nossos colaboradores. Primeiro, porque com a orientação, a qualificação e a educação ambiental, o conceito não ficou fechado ao hospital, mas eles estão passando para suas famílias e amigos, que também contribuem com a coleta. Quer dizer, ao andar pela rua, ao verem algum lixo que pode ser reciclado, eles recolhem e trazem para o hospital. Isso significa um ganho para a manutenção de nossa cidade. Já ultrapassou as nossas portas. Além disso, apesar do valor econômico não ser alto, estamos podendo investir em benefícios para os colaboradores aqui, dentro do hospital. Queremos investir em uma sala de massagem e de ginástica para eles. É a forma de trazer o benfício da reciclagem de volta ao hospital.

 

 

 

P&P – Como o funcionário é estimulado a participar do projeto?

 

Glória – Temos uma espécie de gincana interna. Cada material que eles trazem tem uma pontuação. Esse resíduo é pesado e separado de acordo com sua especialidade. De acordo com a participação, os colaboradores têm direito a concorrerem aos sorteios de brindes. O estímulo, inicialmente, estava baseado na competitividade, mas, hoje, os colaboradores sentem-se responsáveis pelas questão social, pela idéia de cidadania.

 

 

 

P&P – Quanto se tem recolhido?

 

Glória – A média, por mês, é de 1,5 toneladas de resíduos comuns, como papéis, caixas de papelão, embalagens de soro fisiológico, que não se mistura com o material infectante, por exemplo. Além dos benefícios, econômicos e sociais, ainda reduzimos o tempo de coleta. Antes, recolhíamos o lixo do hospital com uma freqüência muito maior. Mas com a intenção de recolher o material para a reciclagem, esse lixo reduziu consideravelmente, reduzindo, também, a troca das lixeiras com tanta freqüência.

 

 

 

P&P – Quanto tempo deve durar o projeto?

 

Glória – Este é um projeto indefinido. Não tem tempo de duração. Enquanto for necessário, estaremos realizando. É um projeto bom, que deu certo e foi de grande aceitação. Outros Estados têm nos ligado para saber como funciona o projeto e se podem realizar algo semelhante. Nossa resposta é sempre “sim”. Não temos patente sobre o projeto. Nossa vontade é que todos se tornem viciados em reciclagem. Assim, podemos atender a uma norma do governo e, ao mesmo tempo, sermos beneficiados por ela. (Lenir Camimura)