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Saúde suplementar: O setor que saiu da UTI

Foram anos de ajustes, cortes e adequação à legislação que, desde o início da década, passou a regulamentar com rigidez as empresas de medicina privada. Mas, finalmente, os planos e seguros saúde parecem ter se adaptado à nova realidade e dão sinais de crescimento contínuo e melhoria em sua solidez. Levantamento anual feito pela consultoria especializada em saúde Capitolio Consulting indicou que, de modo geral, as empresas do setor tiveram um bom ano, com aumentos reais significativos no faturamento. Há hoje no País 2.090 operadoras e seguradoras registradas na Agência Nacional de Saúde (ANS) que atendem 41 milhões de beneficiários e faturaram quase R$ 34 bilhões em 2005. Essas empresas cresceram em receita, no ano passado, 15% acima da inflação e mais de 85% delas aumentaram seus ativos. "Apesar de 20% das empresas precisarem tomar providências sérias para não quebrar, a situação não é mais tão crítica", afirma Walter Graneiro, sócio da Capitolio. A solução das operadoras e seguradoras para alcançar essa consolidação foi evitar as áreas nas quais a mão do governo é mais pesada. Isso significou que elas se voltaram quase que exclusivamente à venda de planos coletivos, como são chamadas as vendas feitas às empresas, evitando planos individuais e familiares. O motivo é simples: os reajustes dos planos coletivos não estão submetidos à agência reguladora e permitem negociações e a manutenção da margem. "Pode parecer cruel com o consumidor individual, mas houve um lado bom na mudança", diz Paulo Mente, sócio da consultoria Assistance, especializada em saúde e previdência. "Nos últimos anos, as empresas de saúde aprenderam a administrar custos que, antes da regulamentação, eram apenas repassados ao consumidor."
Nesse novo modelo, quem se destacou foi a Unimed Seguradora, eleita a campeã do setor de saúde no ranking de AS MELHORES DA DINHEIRO. Com atuação apenas na área de medicina de grupo, a Unimed Seguros Saúde iniciou o ano de 2005 com 65 mil clientes. No fim do mesmo ano, já tinha 100 mil segurados e :"isso significou o maior crescimento em prêmios ganhos – como é chamada a receita das seguradoras entre todas as empresas do setor, de 45,7% de incremento em relação a 2004. A empresa terminou 2005 com quase R$ 147 milhões em prêmios ganhos, contra o pouco mais de R$l00 milhões do ano anterior. Ao longo de 2005, a companhia saltou da nona para a sétima colocação no ranking da ANS. Para alcançar tais resultados, a Unimed Seguros Saúde traçou uma estratégia bem definida. Já que precisava se voltar apenas à venda corporativa, resolveu se dedicar mais às médias empresas que oferecem um bom número de clientes, mas que, em geral, ainda não têm uma política de saúde para seus funcionários. Seu trunfo: uma ampla rede credenciada em todo o País. "Temos vários diferenciais, mas um dos mais atraentes para as empresas é nossa capilaridade", afirma Dalmo Claro de Oliveira, presidente da Unimed Seguros. Com a iniciativa, a empresa conseguiu levar ao mercado o produto certo, na hora certa. Percebemos que a assistência médica passou a ser uma preocupação das empresas nos últimos dois anos", diz Mente, da Assistance.
Outra prática importante da Unimed Seguros Saúde, segundo Oliveira, é a transparência. Relatórios e todos os tipos de informações sobre o uso dos serviços são amplamente compartilhados com os clientes. "É como se fizéssemos uma parceria na hora de renegociar os contratos", diz ele. "Se o atendimento está deficitário, buscamos a renegociação. Caso contrário, pode náo haver reajuste ou até mesmo a reduçáo do valor pago pelos nossos clientes." Segundo especialistas, é uma prática atraente, mas que, para algumas empresas, pode significar até mesmo aumentos maiores na hora da renegociação. "Nem todas as seguradoras têm essa política", diz Graneiro, da Capitolio. "Muitas vezes, no entanto, ela pode ser adequada à necessidade dos clientes."
Apesar de atuar em várias áreas, a Unimed Seguros Saúde tem conquistado muitos clientes nos setores bancários e de telefonia. E tem evitado entrar em concorrências públicas, que amarram a renegociação dos contratos. A estratégia tem parecido acertada, já que, também em 2006, a empresa continua crescendo. No primeiro semestre deste ano, a receita em prêmios aumentou outros 46,7%, passando de R$ 63,4 milhões no primeiro semestre de 2005 para R$ 93 milhões no mesmo período deste ano. Outro ponto importante que levou a empresa a conquistar o primeiro lugar no ranking da DINHEIRO foram suas políticas de responsabilidade social. As diversas iniciativas da Unimed nessa área incluem desde apoios a ONGs voltadas ao meio ambiente, como a WWF, até a instituições beneficentes como o projeto "Criança é Vida" e o Instituto Ethos. "Nossa preocupação nessa área no próximo ano vai aumentar", diz Oliveira. "Estamos preparando agora os projetos e eles serão bem maiores em 2007." Sinal de que, quando se fala em saúde, não é apenas a financeira que conta.