Nesta Sexta-feira (18 de maio) é comemorado o Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A data coincide com o vencimento do prazo dado pela Assembléia Legislativa para que o Governo do Estado apresente a sua planilha de custos do Hospital Adauto Botelho, o único público público a internar pacientes portadores de transtornos mentais. Reconhecidamente o hospital presta bom serviço e atinge cerca de 6% dos atendimentos. Contudo, pela denúncia apresentada no Legislativo, a unidade tem um custo de até oito vezes maior que o pago à rede conveniada do SUS, mesmo sendo isenta dos pesados encargos tributários, de ter a folha de pagamento paga pelo Poder Público e de receber gratuitamente os materiais e medicamentos. A informação é de interesse geral, em especial da rede contratada, que pode até pleitear na Justiça a isonomia caso a denúncia seja procedente.
A Secretaria Estadual de Saúde oficiou os hospitais psiquiátricos há poucos dias, descartando a possibilidade de suplementar o valor das diárias, sob argumento de que não há previsão legal. Contudo, uma proposta orçamentária já foi aprovada na Assembléia Legislativa e prevê repasse de R$ 3 milhões em socorro aos hospitais da especialidade na rede pública. O dinheiro, como avaliam os diretores dos hospitais, é suficiente para conter o déficit da rede em pelo menos um mês. Também argumentam que a Prefeitura de Curitiba encontrou um caminho para socorrer os hospitais de atenção á saúde mental.
Maria Emília Mendonça, diretora de Psiquiatria da Fehospar, sustenta que o Paraná é um dos estados que mais avançaram no modelo de saúde mental e que é necessário esclarecer que os hospitais também estão incorporados à luta antimanicomial. Afinal, diz, são hospitais especializados, com equipes muldisciplinares e que nada tem a ver com o combatido método asilar.