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Unimed apóia mudanças, mas pede mais prazo

Na contramão da Medial, as cooperativas de saúde Unimed deixam claro que não poderão atender as mudanças no prazo estabelecido. "Somos favoráveis às normas porque precisamos de um setor sólido na saúde. Só que a dose não pode ser essa", diz João Batista Caetano, diretor da Confederação Unimed do Brasil.

            Simulação feita pela entidade com empresa que fatura R$ 10 milhões ao ano, dentro dos critérios de provisão de risco, indica que a operadora teria que dobrar o faturamento nos próximos 10 anos para atender a Margem de Solvência, Peona e Dependência Operacional. "O reajuste de preços da carteira individual é feito pela ANS, que normalmente é um pouco acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), enquanto a inflação da saúde é muito mais alta."

            A solução seria fazer chamada de capital no mercado, afirma Caetano. "Mas para quem vamos pedir esse aporte: aos 103 mil médicos cooperados?"

Proposta negada

 

            A confederação da Unimed fez proposta à ANS garantindo que pode cumprir as medidas, mas uma de cada vez. "Nos primeiros dez anos, o Peona, seguido de Margem de Solvência, Dependência Operacional e o que mais vier pela frente." A reivindicação não foi atendida.

            Todos os quatro grupos empresariais que atuam no setor da saúde (medicina de grupo, cooperativas, autogestão e seguradoras) brigaram por modificações, afirma o presidente da Abramge. Ninguém foi atendido. A única diferença é que as empresas de autogestão, que não eram obrigadas a ter provisão de risco, também foram incluídas na exigência.

            "A reivindicação da Abramge foi até mais radical", diz Almeida. "Para que as empresas de medicina de grupo atendam em seis anos as normas da ANS seria necessário que cada uma conseguisse guardar cerca de 4% de seu faturamento por ano. Considerando que a média de lucratividade do setor é de 2% ao ano, propomos que as provisões ficassem limitadas a 1% da receita das empresas."

            A esperança da Unimed é que a ANS leve em conta sua capilaridade em 80% dos municípios brasileiros. "Somos quase o Banco do Brasil em tamanho", compara Caetano. As cerca de 400 cooperativas respondem por 30% do mercado de saúde do País, com 14,5 milhões de clientes.