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Encontros regionais para dignosticar quadro da saúde no Paraná

Diretores da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar) estão concluindo o roteiro de visita a todos os Sindicatos, que tem o propósito de estreitar as relações para melhor representatividade e, principalmente, reunir informações sobre a real situação administrativo-financeira da rede privada de saúde em todas as regiões. O diagnóstico que se apresenta é sombrio e alcança tanto as empresas com elevado grau de dependência do sistema público – e que são maioria no interior -, como os próprios usuários, que enfrentam as restrições decorrentes do estrangulamento e sucateamento da estrutura de serviços.

No dia 21 de março próximo, a Fehospar vai realizar assembléia geral com os representantes de todos os 17 Sindicatos que formam a entidade, com o propósito de se fazer uma análise crítica do quadro da saúde no Estado e definir estratégias de ação capazes de frear o fechamento de estabelecimentos e leitos hospitalares e de viabilizar a oferta de assistência de qualidade à população. O Secretário Estadual de Saúde, Cláudio Murilo Xavier, foi convidado a participar de reunião na mesma data, na sede da Federação, como forma de estabelecer mecanismos de cooperação entre gestores e prestadores de serviços visando soluções para os problemas que se apresentam na atenção à saúde. Consolidada a audiência, dirigentes hospitalares esperam discutir as propostas apresentadas às vésperas da eleição para governador ao então candidato Roberto Requião.

Na análise dos dirigentes da Federação, após visitas a praticamente todas as regiões do Estado, o acentuado grau de endividamento das empresas de saúde – sobretudo hospitais – decorre da baixa remuneração nos procedimentos do SUS, que quase não tiveram recomposições ao longo dos últimos 12 anos e meio, desde a edição do Plano Real. A defasagem média nos valores pagos, hoje, é da ordem de 100%, o que tem inviabilizado a prestação dos serviços. O diretor financeiro Luis Rodrigo Milano, que vem cumprindo o roteiro de visitas ao lado do conselheiro fiscal Benno Kreisel e do assessor jurídico Bruno Centa, diz que a situação é de emergência e que a rede conveniada não tem conseguido honrar seus compromissos com fornecedores, impostos e com o sistema bancário.

Várias iniciativas têm sido empreendidas no sentido de amenizar encargos, como do ISS, ou de sensibilizar gestores municipais a rediscutirem suas políticas de saúde em defesa da população. Contudo, diz o diretor financeiro, tais ações acabam sendo insignificantes diante da dimensão do problema, que hoje tem seu principal foco na falta de prioridade do governo federal para com a saúde. Com os cortes orçamentários e a pressão política para retardar a regulamentação da Emenda Constitucional 29, os recursos continuam sendo decrescentes e contrastam com o aumento populacional e do custo dos serviços. Dados do Conass, indica Luis Milano, indicam que o governo federal vem gastando em saúdeum terço do que deveria em saúde, numa situação que se repete nos Estados.

Roteiro de viagem

 

A primeira etapa de visitas dos diretores alcançou as regiões de Pato Branco e Francisco Beltrão, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guarapuava e Irati, dentre outras. Na última semana, a jornada foi mais intensa e permitiu reuniões com os presidentes e representantes dos Sindicatos filiados em Umuarama, Cianorte, Campo Mourão, Maringá, Londrina, Cambará, Cornélio Procópio e Paranavaí. Deste modo, dos 16 Sindicatos fora da Capital, somente os de Ponta Grossa e Apucarana ainda não tiveram reuniões para debater aspectos de interesse do setor, como o fortalecimento da representatividade e maior mobilização política para exercer seu papel reivindicatório por avanços na saúde.

Uma das reuniões mais concorridas da última etapa ocorreu em Londrina, na sede do Sindicato local, e que teve a participação de seus representantes e também do Sindicato dos Laboratórios de Patologia e Análises Clínicas do Paraná, cuja base também fica na cidade. O encontro foi coordenado pelo presidente do Sinheslor, Dr. Fahd Haddad, e foi de grande proveito na análise dos problemas que cercam o setor privado de saúde. Além de algumas reivindicações a serem apresentadas aos gestores das três esferas de governo, deliberou-se pela realização, em breve, de um encontro dos representantes jurídicos dos sindicatos e das instituições hospitalares, para troca de experiência e maior harmonia em suas ações, incluindo as negociações coletivas de trabalho, já que há o interesse de se negociar uma data-base única para todo Paraná.