Constantemente, pacientes com problemas mentais entram
Antonia Machado Rodrigues é representante dos Familiares de Pacientes Portadores de Doenças Mentais de Limeira. Ela revelou o drama de famílias que “se arriscam tentando amenizar a situação de crise, sem saber exatamente a técnica”, disse a mulher, que é irmã de um paciente esquizofrênico. Antônia, por sua vez, pediu o auxílio da psicoterapeuta Solange Dantas Ferrari.
Ela resolveu tomar frente à luta para a conquista de estrutura adequada para os pacientes mentais, a partir do momento que vivenciou o irmão com surtos sérios após a morte de sua mãe, há cerca de dois anos. “Ele era totalmente dependente dela. E aí? Era essa a pergunta que fazíamos. Foi quando percebi o quanto o município é totalmente desestruturado. As autoridades não têm noção que, muitas vezes, um problema psiquiátrico, pode ser muito mais sério que uma doença física, porque pode colocar a vida de outros em risco”, disse. No ano passado, a Gazeta mostrou que pelo menos nove pacientes com problemas mentais são internados por mês. Os pacientes limeirenses são encaminhados para o Hospital Sayão, em Araras, e ao Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes,
Casos
Com
Pedido de ajuda
De acordo com ela, após esse último acontecimento em Limeira, muitas pessoas que têm doentes mentais na família, procurou pedindo auxílio porque não sabem mais o que fazer. “É que há pacientes que não aceitam tratamento e se recusam a tomar os medicamentos. Então, será que teremos de esperar que tenham surtos graves e acabem matando? Ou que sejam mortos? Eles não são assassinos e nem bandidos. São doentes mentais e precisam de ajuda e a família tem direito de receber ajuda governamental porque também paga os impostos”.
Sem alternativa
O Ambulatório de Saúde Mental é o único local que trata de pacientes com problemas mentais, no entanto, de acordo com reclamações recebidas por Antônia, o local tem servido somente para atendimento ambulatorial, “sem trabalho de prevenção às crises”.
Para ela, o Ambulatório de Saúde Mental, desviou-se do objetivo inicial, quando o médico Fernando Régis Dantas o criou. “O que ele queria e fez na época, era um local próprio para o ‘doente’ passar parte do seu dia, sendo acompanhado por médicos, em projetos criados para atender às necessidades específica do paciente, além de orientação ao familiar. Lá ele tinha o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que cuidava, orientava e o ressocializava. Com isso ficava mais fácil conseguir que a medicação fosse administrada”.
Para se ter idéia da falta de alternativa para as famílias com doentes mentais, a Helpmóvel, por exemplo, só atende pacientes psiquiátricos em crise, com a retaguarda da Polícia, e a Polícia só pode interferir em casos de agressão. Então, o que ficam, segundo Antônio, são questionamentos que servem de apelo: “A quem recorrer em caso de crise de uma pessoa agressiva, mas inimputável perante a lei? Chamar vizinhos para ajudar os pais, que geralmente são as principais vítimas? Quem tem coragem?”, finalizou Antônia. (RR)
Há anos, tentativa de PS psiquiátrico foi frustrada
Há pelo menos 12 anos, o Dr. Fernando Régis Dantas, tentou implantar um Pronto-Socorro (PS) Psiquiátrico na Santa Casa, mas não conseguiu. O problema, de acordo com a Antonia Machado Rodrigues, representante dos Familiares de Pacientes Portadores de Doenças Mentais de Limeira, é que até hoje, nada foi feito. Após questionada pela reportagem, a Prefeitura, através da Assessoria de Comunicações, informou que está em estudo a viabilidade de um PS Psiquiátrico, por meio da Secretaria Municipal da Saúde e Hospital Humanitária. “A idéia é que funcione num local onde já exista um PS Geral. As pessoas em crise ficariam em observação por 72 horas. Se houver necessidade, seriam encaminhadas para os hospitais psiquiátricos da região (tem em Araras e