Quando Vanda Ostapiuk, 83 anos, começou a trabalhar no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a estrutura ainda não estava pronta. Foi ela quem ajudou a limpar e organizar o lugar antes de os pacientes serem atendidos. ”Era muito bom, todos eram amigos e a gente trabalhava bastante. O que seria do povo se não fosse o HC.” Hoje, a estrutura do hospital e a capacitade de atendimento são bem diferentes de 1961, quando foi inaugurado pelo então presidente Jânio Quadros. Para o diretor do HC, Giovani Loddo, no aniversário de 47 anos do hospital, comemorado ontem, o maior desafio está em viabilizar recursos para investimento em tecnologia e profissionais.
”O HC chega aos 47 anos vitorioso. Com todas as dificuldades que surgiram ao longo do tempo ele conseguiu crescer, evoluir, tanto tecnologicamente como em recursos humanos e no atendimento aos pacientes. É a maior interface da universidade para a comunidade”, diz Loddo. O HC realiza, por mês, 60 mil atendimentos, 1,2 mil internações e 100 cirurgias de alta complexidade, como transplantes de medula óssea, tratamento de doenças ósteo-musculares, próteses de quadril e internações de pacientes graves nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com Loddo, o tratamento de doenças complexas exige uma grande estrutura – que é cara – e diversos profissionais responsáveis pelo atendimento aos pacientes. São estes os fatores que causam dificuldades financeiras para o hospital. ”A tecnologia está cada vez mais cara, mais difícil e faz com que o hospital esteja permanentemente em pseudocrise.” Os recursos financeiros são repassados pelos ministérios da Saúde e Educação.