As duas últimas escolhas do presidente Lula para a composição de seu ministério podem ser interpretadas como acertos do governo, a despeito de uma ou outra crítica. Afinal, é impossível agradar gregos e troianos. Contra Reinhold Stephanes, os críticos vão falar quer ele não é do ramo (o que não deixa de ser uma mentira, porque sua área de origem era exatamente a agricultura) e que pertenceu ao governo FHC (o que deveria ser visto até como uma evolução de Lula, ao preferir um perfil técnico a despeito de ideologias). Deve-se lembrar prioritariamente que o novo ministro da Agricultura é um homem que sempre teve vocação para o dialogo e que consolidou sua carreira política com uma discrição que só pode fazer bem.
Stephanes aceitou o cargo anunciando a disposição para conversar com os ruralistas. Ponto para ele. Sem o acesso a esse importante segmento, o governo Lula corre riscos de empacar no Congresso, ainda que tenha convertido a quase totalidade do PMDB a sua causa.
O nome de Miguel Jorge para o desenvolvimento então é mais do que um acerto, é quase uma bênção. Ele conhece vários setores da indústria e, como jornalista, sabe a importância da transparência e da forma de passar determinadas mensagens para um setor que está mais do que acostumado a ler nas entrelinhas.
Ao juntarmos os nomes acima citados com outros, como o de Temporão, atual ministro da Saúde, dá até para esquecer algumas concessões ao jogo meramente político. O presidente Lula dá claros sinais de que assim como na Educação e na Saúde, ele não está disposto a brincar com o desenvolvimento econômico e com o setor agrícola. Se assim o cumprir, Lula estará, ainda que meio tardiamente, começando a fazer um governo que pode significar, realmente uma gestão de qualidade.