contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Paraná vai ganhar Banco de Pele

O Hospital Evangélico de Curitiba pretende implantar até o final deste ano o primeiro Banco de Pele do Estado do Paraná – o terceiro do Brasil. Hoje, apenas os Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul têm bancos de pele. A intenção é receber doações de pele humana e prepará-la em laboratório para ser usada em transplantes. O
investimento será de cerca de R$ 500 mil.

De 1 de janeiro a 10 de setembro deste ano, o Hospital Universitário Evangélico de Curitiba atendeu 13.312 pacientes vítimas de queimaduras. No ano passado, foram mais de 20 mil atendimentos. Apenas cinco médicos especializados em queimaduras se revezam para tratar a população. A demanda faz com que o serviço se encontre em crise.
O alerta é do cirurgião plástico do Setor de Queimados do Hospital Evagélico José Luiz Takaki. Em torno de 99% dos médicos não sabem tratar queimados. As faculdade de medicina falham nesse quesito, pois muitos alunos se formam sem nunca ter visto uma queimadura, critica Takaki. O Hospital Evangélico é referência nacional no tratamento de queimados, serviço oferecido por poucos hospitais no País. Em Curitiba e RMC, é o único que trata as vítimas de queimaduras.
O que Takaki chama de crise no atendimento de queimados é um problema nacional. Segundo ele, além da formação deficitária quando o assunto é queimadura, há também a questão do alto custo de um tratamento. Para recuperar a saúde de um paciente classificado como grande queimado, com mais de 40% do corpo atingido – leva-se no mínimo 40 dias. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre os custos. Você acha que estou aqui para ganhar dinheiro?, desabafa o cirurgião, lembrando que além das despesas com alimentação, higiene, médicos e funcionários, os medicamentos e antibióticos necessários custam muito caro. Por causa disso, segundo ele, muitos hospitais simplesmente não tratam queimados.

Paulo César Pinheiro, foguista de 32 anos, está em tratamento desde 24 de julho, quando queimou 25% do corpo com cal hidratado. A dor é diferente da de um corte. É uma dor ardida, diz ele. Quando retirei minha calça, a pele estava colada nela, relembra.
Outro que recebe tratamento no Evangélico é Pedro Henrique Figueira, de 22 anos. Há pouco mais de 15 dias ele teve parte do corpo incendiado com álcool. Com as roupas em chamas, queimou pernas, peitos, braços e parte do rosto. Os colegas de trabalho apagaram as chamas com extintor de incêndio. A dor foi horrível, recorda.

Congresso
Começou na terça-feira (7/10) o VI Congresso Brasileiro de Queimaduras e Simpósio Internacional da Federação Latino Americana de Queimados (FELAQ), no Hotel Bourbon, em Curitiba. O evento segue até sexta-feira, discutindo temas como a tecnologia a ser aplicada em novos curativos. Estão programadas 11 conferências, 16 mesas redondas, além de workshops. A promoção é da Sociedade Brasileira de Queimaduras.

Demanda é alta: Faltam médicos

Entre os dias 1º de janeiro e 10 de setembro deste ano, o Hospital Evangélico atendeu 13.312 pacientes vítimas de queimaduras. No ano passado, foram mais de 20 mil atendimentos. O hospital recebe pacientes de Curitiba e municípios da região metropolitana. Para dar conta de toda essa demanda, apenas cinco médicos especializados em queimaduras se revezam no atendimento. A alta demanda faz com que o serviço se encontre em crise.
É o que diz o cirurgião plástico do Setor de Queimados do Hospital Evangélico, José Luiz Takaki. ”Em torno de 99% dos médicos não sabem tratar queimados. As faculdades de medicina falham nesse quesito, pois muitos alunos se formam sem nunca ter visto uma queimadura”, critica Takaki. O Hospital Evangélico é referência nacional no tratamento de queimados, serviço oferecido por poucos hospitais no País. Em Curitiba e região metropolitana, é o único que trata as vítimas de queimaduras.
O que Takaki chama de ”crise” no atendimento de queimados é generalizada e se espalha por todo o Brasil; não é um problema regional. Segundo ele, além da formação deficitária quando o assunto é queimadura, há também a questão do alto custo de um tratamento. Para recuperar a saúde de um paciente classificado como ”grande queimado”, com a área do corpo atingida superior a 40%, leva-se no mínimo -se tudo correr bem- 40 dias. É muito tempo mantendo o paciente no hospital.
Além disso, o Evangélico atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo o médico, não cobre o custo de uma vítima de queimadura. ”Você acha que estou aqui para ganhar dinheiro?”, desabafa o cirurgião. Sem fornecer os números de quanto custa todo o processo de recuperação de um queimado, Takaki enumera o que torna o tratamento de queimados o mais caro de todos: tempo de recuperação, que agrega despesas com alimentação, higiene, funcionários e outros serviços, além de altos custos de medicamentos e antibióticos. Devido aos custos, a cobertura insuficiente do SUS e falta de médicos preparados, muitos hospitais não tratam queimados.