O governador Roberto Requião e o secretário da Saúde, Gilberto Martin, inauguraram nesta sexta-feira (16), nas cidades de Candói e Foz do Jordão (Centro-Oeste do Paraná), dois Centros de Saúde da Mulher e da Criança. As unidades fazem parte do programa Pacto Pela Vida e são uma das principais estratégias do Governo do Paraná para reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil.
Em 2002, o coeficiente de mortalidade infantil no Paraná era de 16,71 para cada mil nascidos vivos. Em 2006, esse índice baixou para 13,71, o menor na história do Estado. Na mortalidade materna, em 2004, foram 111 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Em 2006, os dados apontam 95 óbitos para cada 100 mil. “O Paraná conseguiu os melhores índices de queda da mortalidade no Brasil, mas agora estamos investindo mais pesado, inaugurando uma rede de 110 Centros de atendimento à mulher e à criança para a prevenção da mortalidade materna e infantil”, disse Requião.
Martin explicou que esse resultado se deve a um extenso programa definido por Requião. “O programa começou com a criação de novos hospitais de referência para gestação de alto risco, elevando para 44 os hospitais com equipamentos comprados pelo Estado; implantação de laboratórios especializados para atender às gestantes sob risco nos consórcios intermunicipais de saúde; e os ambulatórios de gestação de risco complementados com a casa da gestante”, disse Martin.
Além dessas ações, o Governo do Paraná investiu na aquisição de equipamentos e UTIs neonatais, que possibilitou melhorar o atendimento aos recém-nascidos de risco em todo o Estado. “Agora complementamos esse programa com a implantação dos Centros de Saúde da Mulher e da Criança, e estamos começando a colher os frutos desse trabalho com a redução da mortalidade infantil em todo o Paraná”, salientou Martin.
O governador ressaltou que a construção dos Centros complementam o projeto de descentralização dos atendimentos. Segundo Requião, as pessoas estão deixando de ir ao Hospital das Clínicas, em Curitiba, pois o Estado está construindo 12 hospitais regionais, além das reformas, chegando a 24 hospitais de grande porte que vão elevar a qualidade do Sistema Único de Saúde. “Tem ainda o Hospital da Criança de Curitiba, na entrada de Campo Largo, na estrada, para que o acesso das pessoas do interior seja facilitado, além do de Francisco Beltrão”, reforçou.
CENTROS – Segundo Martin, 45 Centros estão prontos. Com os dois inaugurados em Candói e Foz do Jordão, são 35 já entregues. “Além dessas unidades, 18 devem ficar prontas nos próximos 60 dias e 47 estão sendo licitadas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Para 2008, teremos 110 unidades no Estado, funcionando ou em construção”, relatou.
Requião reforçou que, para 2009, outros Centros serão construídos. “A idéia é reduzir drasticamente a mortalidade infantil e materna no Paraná. Para isso, o Governo vai investir o quanto precisar. Não se trata de dinheiro, porque não se quantifica a vida. Já avançamos muito e vamos conseguir resultados ainda melhores”, disse.
Os Centros são equipados com aparelhos que permitem acompanhar o desenvolvimento do feto, além de serviços de odontologia, ginecologia, obstetrícia e pediatria, com ações complementares planejadas para cada cidade. “Damos um atendimento que dificilmente se encontra em uma cidade dos países desenvolvidos. Com isso, temos certeza de que jogaremos definitivamente para baixo essa tragédia brasileira que é a mortalidade de mulheres e crianças”, afirmou Requião.
Dados de 2007 da Secretaria de Estado da Saúde mostram em Candói um coeficiente de mortalidade materna infantil de 14,6 óbitos por mil nascidos vivos. A cidade não registra óbitos maternos desde o ano 2000. Em Foz do Jordão, a razão de mortalidade materna é de 1.250 mil óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2007, segundo dados preliminares. O coeficiente de mortalidade infantil foi de 37,5 mortes por mil nascidos vivos no mesmo ano.
Em Candói, foram investidos R$ 306,4 mil, sendo R$ 80 mil para aquisição de equipamentos. Em Foz do Jordão, foram R$ 303,9 mil, incluindo R$ 80 mil
Em Candói, antes do Centro as gestantes e crianças eram atendidas no Posto Central de Saúde, junto com idosos, homens e outros pacientes. “É um risco uma criança recém-nascida chegar a um posto onde estão outros pacientes com uma série de doenças”, explica a secretária de Saúde de Candói, Valmir Luisa Stolle de Paula.
O prefeito de Candói, Maurício Mendes de Araújo contou que, para fazer um exame de ultra-sonografia, por exemplo, era necessário ir até Guarapuava. “Com esse aparelho, que é de última geração, podemos fazer o exame aqui e evitar a mortalidade, fazendo um acompanhamento de qualidade”, reforçou.
Araújo ressalta que as melhorias do município só foram possíveis pela parceria com o Governo do Paraná, que investiu mais de R$ 2 milhões em diversos projetos. “O Estado sempre apóia Candói, seja na pavimentação asfáltica, nas obras da Sanepar, na rede de esgoto, na promoção social, como o Leite das Crianças, e na agricultura. É uma parceria importante com o Governo do Estado, que briga pelos menos favorecidos”, disse.
Situação semelhante passava a cidade de Foz do Jordão, que também encaminhava as pacientes para Guarapuava. “Com a ajuda do Governo, estamos conseguindo ampliar os atendimentos na área da saúde, e agora, com esse Centro, as mulheres serão melhor atendidas, com serviço mais rápido, seguro e confortável”, afirmou o secretário de Saúde de Foz do Jordão, Prado Leite.
“Esse é um Governo que trabalha pela causa dos mais pobres, dos mais necessitados”, diz o prefeito de Foz do Jordão, Anildo Alves da Silva. Além do Centro, o prefeito ressaltou que o programa Leite das Crianças foi fundamental para a cidade. “Com o fim das obras da barragem construída aqui perto, muitas pessoas ficaram sem emprego. E o Leite das Crianças veio ajudar muito essas famílias que não têm condições. Se não tivéssemos o Governo do Estado olhando por nós, não teríamos condições de desenvolver nenhum projeto no município”, disse o prefeito.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que Candói, com 15.315 mil habitantes, tem uma equipe de agentes comunitários e oito de agentes de saúde da família, sendo três quilombolas. O Governo do Estado investiu mais de R$ 640 mil na área da saúde, com ações como aquisição de ambulâncias, medicamentos e exames preventivos de combate ao câncer ginecológico. Foz do Jordão, com 6.626 habitantes, recebeu investimentos de R$ 350 mil e tem duas equipes de saúde da família.
“Esse é um projeto fantástico, realizado pensando nos municípios que mais precisam do Governo do Estado, que tem dado essa atenção. Com a construção dos Centros, os postos têm mais condições de oferecer melhor atendimento para as outras pessoas”, afirmou o deputado Artagão Junior, que ressaltou outros investimentos do Estado nos dois municípios, como asfaltamento, quadras de esporte, Patrulha Rural, Trator Solidário e Paraná Alfabetizado. “Esse é um Governo sério, de ética e transparência, que busca realmente atender os mais pobres”, completou.
OUTROS CENTROS – Além desses, o secretário Gilberto Martin inaugurou na quinta-feira (15) dois Centros de Saúde da Mulher e da Criança nas cidades de Nova Prata do Iguaçu e Salto do Lontra, região Sudoeste, com investimentos de R$ 274,8 mil e R$ 298 mil, respectivamente. Dessa forma, já são 35 unidades instaladas no Paraná.
Nova Prata do Iguaçu, com 9.497 mil habitantes, possui cinco equipes de Saúde da Família, sendo uma Quilombola. Desde 2003, recebeu investimentos de aproximadamente R$ 400 mil na área da saúde. O último óbito de mortalidade materna foi registrado em 2003, quando a razão foi de 684,93 mortes por 100 mil nascidos vivos. No caso de óbitos infantis, o número foi de 22,2 óbitos para mil nascidos vivos.
Com 11.953 habitantes, Salto do Lontra recebeu R$ 470 mil em recursos destinados a área da saúde desde o ano de 2003. Dados de 2007 apontam que o coeficiente de mortalidade infantil no município é de 18,7 óbitos por mil nascidos vivos. O município não apresenta mortes maternas desde o ano 2000.