A Santa Casa de Curitiba inaugura nesta quinta-feira (24), às 18h, a ala do Serviço de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Com 13 leitos, o espaço consolida o Hospital como referência no tratamento de pacientes com obesidade mórbida. Além de realizar o maior número de cirurgias no Estado, a Santa Casa de Curitiba é a primeira instituição de saúde do País a disponibilizar uma ala totalmente adaptada para receber pacientes que precisam se submeter à cirurgia bariátrica.
O cirurgião bariátrico Luis Sérgio Nassif, afirma que a inauguração da nova ala é a continuidade de um trabalho iniciado há cerca de dois anos, quando a fila de espera pela cirurgia bariátrica chegava a 300 pacientes. “Até 2006, operávamos apenas oito pacientes por mês. Hoje, operamos oito pacientes por semana e, com a inauguração da nova ala, iremos para 12 cirurgias por semana”, diz. A fila pela cirurgia hoje não passa de 60 pessoas.
Segundo o cirurgião bariátrico Alcides José Branco Filho, os investimentos na nova ala chegam a R$ 400 mil. Além de enfermeiros exclusivos e treinados em cirurgia bariátrica, a ala possui camas, macas e cadeiras de rodas reforçadas, portas e corredores amplos e banheiros totalmente adaptados para pacientes obesos. Todos os quartos também disponibilizam ar condicionado, TV e frigobar. São duas suítes e cinco enfermarias com dois leitos cada. Cerca de 70% da capacidade de internamento será destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Obesidade
Estima-se que 30% da população brasileira seja obesa. A indicação para a cirurgia bariátrica, no entanto, obedece a critérios como ter idade entre 18 e 65 anos, ser obeso mórbido por no mínimo dois anos e possuir Índice de Massa Corpórea (IMC) de
Os riscos para quem não se submete à cirurgia bariátrica podem variar entre infarto ajudo do miocárdio, acidentes vasculares, diabetes, hipertensão arterial, a necessidade de troca de articulações e infecções pulmonares. O tipo de cirurgia depende de cada caso. Luis Sérgio Nassif explica que pode ser indicado um procedimento de diminuição do tamanho do estômago (chamada restritivo), desvio intestinal (disabsortivo) ou misto, com a utilização das duas técnicas. A perda de peso pode chegar a 50% em um ano.
A preparação para a cirurgia envolve consultas com endocrinologistas, cardiologistas, psicólogos e psiquiatras, nutricionistas, angiologistas, fisioterapeutas e, em alguns casos, pneumologistas. Segundo Branco Filho, o acompanhamento médico é importante antes e após a cirurgia, pois de 20% a 30% das pessoas voltam a engordar. “O principal problema da obesidade está na cabeça da pessoa, depois vem o estômago. Por isso é necessária toda uma estrutura para que a cirurgia dê o resultado esperado”.
Luis Nassif acrescenta que a cirurgia bariátrica não é uma cirurgia qualquer. “Os pacientes que chegam até nós sabem que esta é a cirurgia da vida deles. É o procedimento que vai mudar a vida deles para sempre em todos os aspectos”.