A socióloga aposentada Maria Aparecida Wrobel, 55 anos, disse que sempre teve o sonho de trabalhar na área de saúde e se sente feliz por ser útil. ”Você vai na ala de pediatria do Hospital do Câncer e vê que é preciso tão pouco para fazer uma criança sorrir e se sentir melhor”, afirmou. Maria Aparecida faz parte do Programa de Serviço Voluntário, lançado ontem de manhã, no Hospital Universitário (HU). Através do programa serão oferecidas atividades recreativas, educacionais, culturais e de assistência social para pacientes do HU e do HC.
Os voluntários possuem níveis de educação e social diferentes, mas todos acreditam ser fundamental o serviço de ajuda para aqueles que estão passando por momentos difíceis. O HU já possui uma associação que mantém uma casa de apoio para familiares que vêm trazer pacientes de outras cidades. Mas com a participação dos 14 voluntários recebidos na instituição, os pacientes internados nas unidades feminina e masculina, maternidade, pediatria, Pronto Socorro e Hemocentro irão contar com a companhia e atenção de outras pessoas, além dos médicos e enfermeiros.
Os voluntários irão ajudar as pessoas a se localizarem dentro do hospital, auxiliar no cuidado com alimentação e medicamentos, realizar atividades de lazer e ouvir e conversar com os pacientes e familiares.
A dona de casa Maria Angélica Luppe Martins, 41 anos, explicou o que a levou a realizar o trabalho. ”Essa foi a forma que encontrei para agradecer por tudo o que eles fizeram pelo meu filho Guilherme, de 9 anos, que tem Síndrome Nefrótica (mal funcionamento do rim), diagnosticada há quatro anos. Desde então, ele faz tratamento no HU e sempre foi muito bem atendido’, comentou a voluntária.
De acordo com a presidente da equipe coordenadora do programa, a assistente social Rosa Yoko Okabayashi, os voluntários receberam um treinamento sobre suas funções, ética no tratamento com pacientes e infecção hospitalar. Ela ressaltou que nenhum deles é responsável pela saúde dos pacientes. ”Os voluntários farão um serviço complementar. Eles não irão substituir as atividades de competência das áreas profissionais”, afirmou.
A enfermeira Solange Moreira Lima explicou que os voluntários mantém os pacientes em contato com o mundo fora do hospital. ”Os pacientes se cansam de ver médico e enfermeiro. Uma pessoa de fora muda o ambiente e humaniza o tratamento”, completou.
Para os pacientes, o apoio dos voluntários é fundamental para superar a doença. O desempregado Jaime da Silva, 28 anos, está internado há sete dias e diz que os voluntários são uma companhia a mais para quem precisa ficar no hospital. ”É alguém para conversar, eles trazem café e ajudam na hora de comer, verificam se o remédio tá certinho, é muito bom”, comentou.
Serviço: O Hospital Universitário está aceitando serviço de voluntários para trabalharem no HU e Hospital do Câncer. Quem se interessar pode entrar em contato pelo telefone (43)3371-2256.
