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Única casa psiquiátrica dos Campos Gerais fecha as portas

Os doentes mentais da região dos Campos Gerais que precisarem de internação deverão recorrer a Piraquara ou Curitiba. Ontem, o Hospital Psiquiátrico Franco da Rocha, que funcionou em Ponta Grossa por décadas, fechou oficialmente as portas. A possibilidade de encerrar as atividades já foi anunciada pela diretoria há mais de um ano, quando a situação financeira do hospital apontava para a inviabilidade da manutenção do atendimento.

O Franco da Rocha ainda conta com dois internos, que precisam de hospitalização, e não conseguiram vagas em outros lugares. Os quatro pacientes asilares – de origem desconhecida e que moravam no hospital há muitos anos – foram encaminhados para abrigos na cidade. O aviso antecipado à central de leitos de que o hospital não atenderia mais pacientes foi suficiente para que o número de internos fosse aos poucos minguando.

O fechamento deve agravar as dificuldades do atendimento público na região, que não conta com as estruturas adjacentes previstas pela reforma psiquiátrica, como casas-abrigo ou Centro de Atenção Psicossocial para Transtornos Mentais. Além da insuficiência de repasse do Sistema Público de Saúde (SUS), o hospital recebeu a determinação de reduzir o número de leitos, atendendo aos preceitos da nova lei de atendimento psiquiátrico, que prevê a diminuição das vagas, mas não o fechamento das unidades.

Na terça-feira, representantes de órgãos ligados à saúde tentaram evitar o fechamento da unidade. Para manter 160 leitos – destinados apenas aos casos mais graves – o governo estadual ofereceu R$ 205 mil, alegando que o SUS paga apenas R$ 135 mil na mesma situação. Além disso, a prefeitura montaria o CAPs de Transtornos Mentais dentro do hospital, custeando parte das despesas de manutenção. Mas de acordo com o diretor clínico e técnico, Sérgio de Abreu Lima, as propostas eram insuficientes para manter a estrutura de atendimento. “Melhoraria a situação, mas nós acreditamos que continuaria inviável”, diz. De acordo com a diretoria, a intenção é manter a unidade como um consultório psiquiátrico.