Uma mulher foi presa na noite desta quinta-feira (12) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, acusada de exercício ilegal da profissão médica. Como mostrou uma reportagem do Bom Dia Paraná desta sexta-feira, ela fazia plantões em hospital local, às quintas-feiras, usando nome e número do registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de uma médica dermatologista de Curitiba. A identidade da mulher somente foi confirmada na manhã desta sexta-feira, por familiares dela, residentes em Curitiba. Karin Isabella Ronconi Marchese chegou a dar três nomes falsos quando era autuada em flagrante na Subdivisão Policial de Ponta Grossa.
No começo da semana, a médica de Curitiba fez a denúncia no CRM-PR contra a pessoa que vinha usando o seu nome e número de registro profissional. O procedimento foi passado à competência da Delegacia Regional do Conselho em Ponta Grossa, que fez a comunicação à Polícia Civil e ao Ministério Público.
A ação policial e fiscalizadora do CRM foi programada para a quinta-feira por seu o dia que a falsa médica fazia plantão no hospital. O marido da médica cujo nome vinha sendo usado indevidamente chegou a fazer uma consulta com a “plantonista”, obtendo uma receita médica, que foi entregue a polícia. A prisão ocorreu em seguida. O delegado Homero Vieira Neto disse que a acusada declarou-se médica, mas que no depoimento não quis se manifestar. A mulher presa vai responder pelos crimes de exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica. Se condenada, a pena poderá ser de seis meses a cinco anos de prisão.
De acordo com a direção do hospital, a mulher trabalhava no local há pelo menos cinco meses. Ela fazia plantão uma vez por semana e chegava a atender até 30 pessoas. “Hoje (quinta) ela chegou a atender inúmeras pessoas. E inúmeras pessoas ficaram em observação inclusive tomando soro e medicação intravenosa por recomendação e indicação dela”, disse o promotor público Fuad Faraj. A direção do PS sustentou que a acusada, ao ser contratada, apresentou toda a documentação legal exigida. O Conselho de Medicina já abriu sindicância para apurar as condições em que ocorreu a contratação, já que não há registro no cadastro de pessoas jurídicas do CRM. A polícia também poderá indiciar no inquérito o responsável pela gráfica que imprimiu o bloco de receituário e o carimbo utilizados pela falsa médica