Europeus e norte-americanos adeptos da cirurgia plástica se sentem cada vez mais atraídos pela Argentina, tanto pela qualidade de preço das intervenções cirúrgicas como pelas belezas do país. "Quero passar boas férias e refazer a cirurgia nos seios;
Após a crise econômica de 2001 e o abandono da paridade cambial entre peso e dólar, tanto as cirurgias plásticas como os gastos com estadia se tornaram muito mais acessíveis na Argentina, país que redescobriu sua vocação turística, ajudado por uma moeda avaliada em três pesos por dólar.
"Mas a qualidade é a mesma de antes da crise", esclarece o cirurgião plástico Guillermo Blugerman, que lidera uma equipe médica de cerca de vinte pessoas na Clínica B&S, especializada em cirurgia plástica. Blugerman explica que isso é possível porque "antes da desvalorização de 2002 pudemos importar material de altíssima qualidade."
Virginia, uma espanhola de 22 anos, viajou especialmente de Madri a Buenos Aires para aproveitar o preço, e também "pelo profissionalismo dos médicos argentinos." Ela conta que uma amiga a aconselhou a fazer a viagem, e que não se arrepende de ter ouvido, satisfeita com suas novas formas físicas.
Os cirurgiões argentinos asseguram estar mais adiantados que seus colegas europeus em algumas especialidades. A técnica da lipoaspiração a laser, por exemplo, foi elaborada na Itália "mas nós a aprimoramos muito e a transformamos em uma de nossas especialidades", assegura Blugerman.
A cirurgia estética não é uma novidade no país sul-americano. "A demanda local sempre foi importante", assegura Soraya Abboud, uma das responsáveis pela clínica Ultrasthetics Argentina , ao dizer que os cirurgiões de sua empresa "figuram entre os mais experientes."
Os pacientes argentinos ainda representam cerca de 60% das operações plásticas realizadas no país, apesar do esforço financeiro para eles ser muito maior que para os europeus. "Temos muitos clientes que venderam suas casas para fazer a cirurgia", revela Blugerman.
Segundo o médico, a Argentina ocupa o terceiro lugar mundial em número de cirurgias por habitante, ficando atrás apenas do Brasil e Estados Unidos .
A fim de que os pacientes estrangeiros levem de lembrança da Argentina algo mais que um corpo novamente rijo ou seios remodelados, algumas clínicas se anunciam também como uma espécie de agência de viagens.
A clínica Plenitas desde 2003 oferece a seus clientes excursões à Patagônia (sul) ou às Cataratas do Iguaçu (noroeste do país). As viagens organizadas antes da cirurgia seduzem as pessoas cada vez mais . "Cerca de 40% de nossos clientes opta por essa fórmula", diz com entusiasmo Martín Díaz, responsável pelo marketing da Plenitas.
Os profissionais do turismo compreenderam também a importância que representa uma cirurgia estética. A agência de viagens Tangol, que oferece pacote de atividades turísticas tipicamente portenhas, recentemente adicionou nomes de médicos à sua lista de propostas. Entre um jogo de futebol do Boca Júnior, o time mais popular da Argentina, e uma aula de tango, a agência oferece a seus clientes um lifting ou injeções de silicone.