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Nunca o Brasil contou tanto com o Contador

Dia 22 de setembro, que cai nesse sábado, é comemorado o Dia do Contador, data que confunde a cabeça de muita gente, uma vez que festejamos também o Dia do Contabilista, 25 de abril.
    Evoluindo como sistema de informação, a contabilidade atravessou todas as fases da história, tornando-se cada vez mais importante para governos, empresas e cidadãos que precisam evidenciar e acompanhar a situação do seu patrimônio e finanças. Tanto foi considerada fundamental que os portugueses enviaram para cá guarda-livros, como o contador era chamado, logo nos primeiros momentos da colônia; e, em 1770, o rei de Portugal, Dom José, assinou a primeira legislação regulamentando a profissão no país.
      Já nessa época havia a exigência do domínio de conhecimentos específicos para exercer a profissão, mas cursos bem organizados só foram instituídos séculos depois, quando a atividade ganhou embasamento teórico e científico. Os cursos no formato atual são relativamente recentes: o Técnico em Contabilidade, nível de 2º grau, é dos anos 1930, e o de Ciências Contábeis foi instituído em 1945, a propósito, em 22 de setembro desse ano, razão pela qual a data foi definida como o Dia do Contador. Este é também o dia de São Mateus, padroeiro da profissão. O apóstolo Mateus, que antes da conversão chamava-se Levi, exercia a função de publicano, espécie de contabilista, em Cafarnaum.
     A data de 25 de abril, por sua vez, foi instituída em 1926, pelo contabilista e senador João Lyra, um dos maiores defensores da valorização da profissão no país. O contexto era de cuidar que a profissão só pudesse ser exercida por pessoas habilitadas, desafio apenas superado a partir da criação, em 1946, do sistema formado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e conselhos regionais (CRCs).
     Contador, portanto, é o profissional formado em Ciências Contábeis , e contabilista tanto é o técnico em contabilidade como o contador.  No futuro, certamente não será necessário fazer essa distinção, uma vez que as novas gerações de profissionais são todas formadas em Ciências Contábeis , já que os cursos técnicos estão desaparecendo.  
      Se 20 anos atrás, a imensa maioria dos contabilistas brasileiros era formada por técnicos, hoje, ocorre o contrário, graças aos cerca de mil cursos de Ciências Contábeis instalados nas últimas décadas. Somente no Paraná são mais de 60. Há apenas três anos, o número de técnicos com registro ativo, no CRCPR, era de 10.448, e o de contadores, 11.876; hoje, os técnicos são 10.342 e os contadores 15.396.
       É certa, pois, a universalização da formação superior da profissão. Mais que isso: dissemina-se no meio contábil a consciência da necessidade da educação contínua. A graduação não basta. O próprio CRCPR, redefinindo o seu papel de registrar e fiscalizar, é parceiro das instituições de ensino, colaborando na formação dos profissionais, realizando cursos, palestras, seminários, fóruns, encontros de professores e de estudantes de contábeis.
      Esses investimentos justificam-se: a profissão de contador consolidou-se como uma das mais importantes para a economia, para a gestão pública e para a sociedade. Nunca o Brasil contou tanto com o contador.
       


Maurício Fernando Cunha Smijtink, Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná.

 

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