A mortalidade infantil em Curitiba caiu em 2008 para 9,8 óbitos a cada mil nascidos vivos, o menor índice da história da cidade. O resultado – pela primeira vez com apenas um dígito – é menor que os 10 por mil aceitos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para países em desenvolvimento. Em 2007, o índice foi de 10,5.”É uma redução histórica, que mostra o cuidado que Curitiba tem com suas crianças”, disse o vice-prefeito e secretário da Saúde, Luciano Ducci.
O anúncio da queda histórica do índice de mortalidade infantil coincide com o aniversário de dez anos de implantação do programa de atenção materno-infantil Mãe Curitibana, comemorados nessa quarta-feira (11) em evento no Cietep. O Mãe Curitibana, idealizado por Ducci, já atendeu 166 mil gestantes.
O indicador é 41% menor que o verificado no ano anterior à implantação do programa. Na ocasião, ocorreram 16,6 óbitos por mil nascidos vivos. Desde então, a rede municipal de saúde também constatou a melhoria de outros indicadores. É o caso da redução da transmissão vertical do vírus da aids, que chegou a apenas 3% dos bebês gerados por mães soropositivas no ano passado, e da ampliação da cobertura com pelo menos sete consultas de pré-natal de 72% das gestantes para 89%.
“Por tudo isso, se o Luciano Ducci não realizasse mais nada a partir de agora, já estaria justificada sua passagem pela vida pública”, disse o prefeito Beto Richa no evento de aniversário.
Ducci estava emocionado. Ao lado da menina Evellyn Renata de Abreu da Silva, que completou 10 anos na última segunda-feira (9) e foi a primeira criança nascida na vigência do programa, ele resumiu as principais vitórias do Mãe Curitibana. “Mais que um serviço de saúde de qualidade, ele é respeito e humanização no atendimento integral à gestante, a quem há dez anos se garante o direito básico de ter uma gravidez sadia e saber de antemão onde terá o seu bebê”, declarou.
Ao lado do prefeito, da presidente da Fundação de Ação Social, Fernanda Richa, e outras autoridades, Ducci fez a entrega simbólica das bolsas e enxovais que serão distribuídos, a partir de abril, às gestantes cadastradas no Mãe Curitibana.
Mãe de quatro filhos – dois deles nascidos antes do Mãe Curitibana – Evileide Braz conhece na prática o significado das palavras de Ducci. “É outra coisa completamente diferente: mais atenção, mais exames, mais consultas. Eu me senti muito mais segura e tranquila, principalmente porque, como já tinha tido duas cesarianas, não poderia ter um parto normal”, diz ela, que é usuária da Unidade de Saúde Santa Felicidade. Evileide levou o filho Guilherme Vinícius Cordeiro Braz, que fará 10 anos em 29 de abril, para a festa de aniversário do programa.
Aos 42 anos, Maria Aparecida de Lima será mãe pela primeira vez dentro de no máximo dois meses e não está nem um pouco apreensiva mesmo que seu plano de saúde não dê cobertura para obstetrícia. “Pela carteirinha da gestante, pela quantidade de exames que me pedem, vejo que estou em vantagem”, conta ela, que é usuária da Unidade Mãe Curitibana e terá a garotinha Vitória na maternidade Mater Dei.
O companheiro de Maria Aparecida, José Antônio Cardoso, já aderiu à estratégia “Pai Presente no Pré-natal”, lançado neste aniversário do programa como forma de dar mais segurança à gestante e fortalecer os vínculos familiares. A exemplo do que se espera de todos os futuros pais – sejam maridos, namorados ou companheiros das gestantes – José Antônio não falta aos encontros da Oficina de Gestantes oferecida pela unidade.
Também participaram do evento comemorativo aos dez anos de implantação do Mãe Curitibana representantes de entidades que apoiam a iniciativa, além de secretários do governo municipal, vereadores Dona Lourdes, Julieta Reis e Mara Lima e o senador Álvaro Dias. As entidades foram homenageadas com um certificado destacando sua importância para o sucesso da iniciativa. A FEHOSPAR, AHOPAR, SINDIPAR, FEMIPA, Associação Médica do Paraná e Conselho Regional de Medicina do Paraná são algumas das instituições apoiadoras do programa e estiveram representadas no evento comemorativo.
Mãe Curitibana recebe reconhecimento da Câmara
O plenário da Câmara de Curitiba aprovou por unanimidade, na sessão desta quarta-feira (11), requerimento do líder da bancada tucana, Paulo Frote, reconhecendo, com votos de congratulações, a importância do Programa Mãe Curitibana, que completa 10 anos nesta data. Criado pelo vice-prefeito e secretário de Saúde, Luciano Ducci, o programa de atenção materno-infantil já atendeu mais de 166 mil mulheres. No ano passado, conquistou o menor índice de mortalidade infantil da história, tirando Curitiba de um triste registro.
Paulo Frote adiantou que, na próxima semana, o secretário estará na Casa falando sobre os avanços que o programa vem registrando anualmente. Vinculado a seis maternidades, o Mãe Curitibana já recebeu o prêmio Objetivos do Milênio 2007, pelos esforços para redução da mortalidade infantil. São vários os itens que compõem o programa, possibilitando que a gestante faça suas consultas pré-natais nas unidades de saúde e conheça o local do parto, com antecedência, em uma das seis maternidades, com mais comodidade e segurança.
Frote destacou a aprovação feita pelas duas bancadas da Casa. Situação e oposição reconhecem os efeitos da implantação do programa e seus resultados positivos para a população feminina.