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ANS quer acompanhar qualidade de planos

O novo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Fausto Pereira da Silva, quer que operadoras de saúde passem a divulgar informações como taxa de mortalidade e incidência de algumas doenças entre sua carteira de associados. Tais indicadores, diz, seriam úteis tanto para a ANS quanto para consumidores acompanharem o desempenho das empresas. “Até hoje, acompanhamos somente a saúde financeira das empresas. Mas é preciso também avaliar os cuidados que elas dedicam a seus usuários. Seria um diferenciador de mercado brutal. ” As informações, completa, também são importantes para a saúde pública. “Afinal, são 38 milhões de pessoas, cujos dados muitas vezes fogem das estatísticas oficiais.”

Silva, que assumiu nesta semana a direção da ANS, aposta que a concorrência entre as empresas trará benefícios para o mercado. Um mercado que ele avalia atualmente operar no limite. “O setor cresceu desordenadamente antes da Lei dos Planos de Saúde. Hoje há um número excessivo de empresas.” Para ele, a tendência é que haja uma readequação, com fusões e incorporações. “Temos de buscar garantias de que operadoras ofereçam aos usuários aquilo que prometem.”

Silva garante que não virá por aí uma onda de intervenção. “O que queremos é que o próprio setor se mobilize, se regule. A ninguém interessa uma quebradeira. Isso compromete a imagem de todo o mercado e pode também prejudicar o consumidor.”

Alterações – O diretor sabe que enfrentará um período conturbado. As mudanças definidas pela ANS no setor foram alvo de duras críticas por entidades que representam consumidores. “Todas as alterações vistas no último ano atenderam a pedidos das operadoras”, diz Mário Sheffer, membro do Conselho Nacional de Saúde. Entre elas, a ampliação do número de faixas que permitem o aumento da mensalidade por critério de idade de 6 para 10. E a condução do Programa de Incentivo à Adaptação de Contratos Antigos. Scheffer critica a liberdade que foi dada às empresas no processo e a porcentagem de aumento, para quem aderir ao programa.

Silva defende as mudanças e avalia que operadoras bem intencionadas têm interesse na adaptação dos contratos. Mas admite que funcionários da ANS terão, nos próximos meses, um trabalho árduo. A eles caberá a análise de todos os modelos de adaptação feitos pelas empresas para os clientes.

“Possivelmente tenhamos um quadro insuficiente. Mas agora teremos a seleção de novos profissionais, o que com o tempo ajudará em todo o trabalho.”