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Apenas dois hospitais interessados em prestar serviço para o SAS em Cascavel

Apenas dois hospitais de Cascavel responderam à carta convite da Seap (Secretaria de Estado da Administração e da Previdência) sobre a disponibilidade de assumirem os atendimentos do SAS (Sistema de Assistência à Saúde) dos servidores estaduais.
Apresentaram propostas o Hospital Policlínica Cascavel e o Hospital e Maternidade Santa Catarina. Ambos disputam agora um contrato emergencial com duração de seis meses para fazer os atendimentos, até que seja realizada uma licitação para a escolha de um novo hospital para prestar o serviço.
Segundo a assessoria de imprensa da Seap, os documentos apresentados pelos hospitais estão sendo analisados. Assim como as propostas de preços enviadas pelos dois concorrentes. Apesar de já terem sido abertas, a assessoria não informou detalhes das propostas apresentadas por cada instituição de saúde. A expectativa é de que a decisão seja tomada nesta semana.
Atualmente o serviço é prestado pelo Hospital Policlínica Cascavel, por meio de um contrato emergencial. O hospital faz o atendimento dos servidores desde março de 2005 e em grande parte deste período foi com base em contratos temporários.
Depois de vários contratos emergenciais, o Estado fez uma licitação em março deste ano. O Hospital Policlínica foi o único a participar do processo, mas não foi homologado como vencedor. A justificativa foi de que a redução apresentada pelo hospital no valor cobrado por cada paciente não alcançou a expectativa de diminuição dos custos do governo.
Já a possibilidade de o atendimento ser transferido para o Hospital Santa Catarina não agradou alguns servidores. “Vai ficar pior. O Santa Catarina não tem estrutura para atender todos os servidores”, diz Jovina Xavier, técnica administrativa. O hospital chegou a ter alguns setores interditados pela Vigilância Sanitária.
Além disso, os servidores temem a falta de médicos e especialidades com a mudança.
Quem ganhar a disputa terá que oferecer atendimento a 17,3 mil usuários, entre servidores ativos, aposentados e beneficiários de 23 municípios. O valor pago hoje pelo Estado é de R$ 17,80 por beneficiário, independente da quantidade de consultas e procedimentos.

Consultas não são mais agendadas
Enquanto a situação não se define, os usuários continuam enfrentando dificuldades para conseguir atendimento. Novas consultas não estão mais sendo marcadas. “Não estão mais marcando consultas para o próximo mês, talvez por causa dessa indecisão. Somente quem já tinha consulta marcada está sendo atendido”, diz Jovina Xavier, técnica administrativa.
Ela afirma que a espera por uma consulta está aumentando. “Para conseguir consulta com ginecologista demora dois meses”, conta a usuária.
Para fazer exames também é preciso ter paciência. “Levei um mês para conseguir uma mamografia e um exame do coração. E ainda perdi a viagem, pois não conseguir fazer o exame no coração porque a máquina é nova e a moça ainda não sabia mexer direito”, diz Noeli Osti, professora da rede estadual há 29 anos.
Ela mora em Capitão Leônidas Marques e sempre que precisa de atendimento, até os mais simples, tem que percorrer 80 quilômetros até Cascavel. “Precisava ter um contato lá. Está tudo concentrado em Cascavel e dificulta para quem é de fora. Eu perdi dois dias de trabalho para tentar fazer os exames”, destaca Noeli.
Segundo Jovina, a demora para conseguir realizar consultas e exames começou este ano. “É recente isso, antes nunca tive problemas para conseguir marcar”.