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Associação dos Hospitais da Bahia solidariza-se com mobilização no PR

A notícia divulgada pela Fehospar às vésperas do Carnaval, de que o Governo do Paraná ainda não tinha saldado suas contas relativas aos serviços prestados pela rede conveniada de dezembro de 2006 e janeiro de 2007, alertando ainda para os riscos à estrutura assistencial, mereceu manifestações de instituições de outros Estados, com destaque para a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), cujo presidente José Augusto Andrade não apenas solidarizou-se com a mobilização paranaense como ofereceu uma série de sugestões para o bom encaminhamento da questão, algumas das quais já estavam sendo implementadas. Em ofício dirigido ao presidente da Associação dos Hospitais do Paraná, Renato Merollli, o dirigente da Bahia asseverou que o recebimento das faturas em dia “é requisito indispensável para que se possa manter a normalidade dos atendimentos” e que esta é a obrigação dos gestores.

Confira a íntegra do ofício:

 

“Senhor Presidente,

Acompanhando as notícias do Estado do Paraná através do site da Fehospar, site esse que, sem dúvida, é dos mais qualificados em nosso país nesse segmento, observamos que o a Secretaria de Saúde desse Estado vem retendo os pagamentos dos serviços prestados pela rede conveniada há quase dois meses.

É inegável que para os prestadores de serviços de saúde que dependem do SUS, pelo volume de atendimentos que realizam, a normalidade do recebimento de suas faturas é requisito indispensável para que possam manter a normalidade dos atendimentos, sem nenhum prejuízo para a população do Estado.

A partir da leitura da nota e de contatos mantidos com pessoas da área no Paraná, podemos constatar que a Secretaria de Saúde está retendo os recursos indevidamente, e dando justificativas completamente fora da realidade dos fatos. Informações como “não há previsão de liquidação das contas“ e que esse problema é decorrente do “sistema de computação de dados” do Estado nos reforça a convicção de que não existe vontade política para resolver a pendência.

Só para exemplificar, no nosso Estado e em Alagoas, onde temos contatos freqüentes, os serviços prestados no mês são apresentados até o quinto dia do mês subseqüente e pagos entre os dias 25 e 28 do mesmo mês.

Inicialmente, gostaria de, em nome da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia – AHSEB, entidade de classe que representa mais de 450 hospitais, clínicas e demais serviços de saúde em nosso Estado , hipotecar a nossa total solidariedade com as dificuldades enfrentadas, tanto pelas entidades de classe quanto por todos aqueles que prestam serviços ao SUS nesse Estado.

Em seguida, pediríamos ao prezado Presidente que, com a devida vênia, permita-nos passar algumas reflexões e sugestões, frutos de problemas dessa natureza já enfrentados por nossas entidades na Bahia, todas, por certo, já de pleno conhecimento por parte dos companheiros do Paraná:

Sem que as entidades pressionem através da mídia, dificilmente a Secretaria de Saúde do Estado vai se movimentar para resolver a pendência;

É fundamental o envolvimento dos Ministérios Públicos em questões dessa natureza. Denúncias tanto ao MP estadual quanto ao Federal (são recursos advindos do Governo Federal), costumam aumentar a pressão sobre o Secretário de Saúde do Estado;

A união das entidades hospitalares com as entidades médicas fortalece muito a nossa posição. Aqui na Bahia tanto o Conselho Regional de Medicina quanto a Associação Médica do Estado, sempre que problemas dessa natureza ameaçam acontecer, se juntam às nossas entidades formando um bloco muito mais difícil de ser combatido;

Correspondência aos Conselhos de Saúde e ao Ministro da Saúde denunciando a situação;

Correspondência ao Presidente da Assembléia Legislativa e da Comissão de Saúde solicitando uma audiência pública com representantes dos hospitais do Estado;

Envolvimento de parlamentares que se identificam com a causa do SUS;

Alerta à população quanto à manutenção dessa situação que irá comprometer o atendimento médico e hospitalar aos usuários do SUS no Paraná.

Senhor Presidente, ao tempo em que passamos as nossas reflexões para a avaliação dessa conceituada Associação, mais uma vez, nos colocamos à disposição para qualquer ação que possa ser implementada pela nossa Entidade ao tempo em que reafirmamos a nossa total solidariedade com os problemas enfrentados pelo segmento nesse Estado.

 

Cordiais saudações,

 

José Augusto Andrade

 

Presidente"