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Dasa busca alternativa para atender clientes sem-plano

 

            A Diagnósticos da América (Dasa) quer começar a prestar serviços de análises clínicas para o setor público de saúde. A empresa vem analisando a aquisição de laboratórios que hoje processam os exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

 

            Magdalena Gutierrez/Valor Marcelo Marques Moreira Filho, presidente da Dasa: "Estamos dispostos a olhar a base da pirâmide social"

 

            "Por gerar um grande volume de serviço, o atendimento ao setor público acaba sendo rentável", afirma Marcelo Marques Moreira Filho, presidente da Dasa. Hoje, apenas os hospitais públicos têm uma estrutura própria de diagnósticos, enquanto os demais exames são terceirizados. O material é coletado por funcionários públicos, mas é processado por laboratórios privados.

 

            Para minimizar o risco de inadimplência – o grande temor dos prestadores de serviço para o Estado – a Dasa vem buscando detectar os municípios com os melhores históricos de pagamento. Apesar de a verba do SUS ser federal, a União a repassa aos municípios, que fazem os pagamentos.

 

            A iniciativa da Dasa tem como objetivo ampliar seu escopo de atuação. "O cliente particular que recebemos hoje é aquele que, na verdade, usa o reembolso do plano médico. Estamos dispostos a olhar a base da pirâmide", explica Moreira Filho. Com a proposta de consolidar o segmento de análises clínicas no Brasil, a Dasa vem até agora adquirindo concorrentes que atendem o setor privado.

 

            Assim, a companhia depende basicamente dos 20% dos brasileiros que têm plano de saúde, um mercado que vem crescendo a passos lentos. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar mostram que de 2000 ao ano passado, o número de pessoas atendidos cresceu apenas 11%.

 

            Além disso, cada dia mais a pressão das fontes pagadoras por gastos menores cresce, sendo que algumas delas têm, inclusive, preferido abrir seus próprios laboratórios.

 

            Uma outra estratégia da Dasa para diminuir sua dependência do setor privado está em fase de teste. A companhia criou uma rede de laboratórios populares. São 14 unidades da marca Lavoisier, na zona Leste de São Paulo, que atendem o público sem plano de saúde com um preço praticamente igual àquele que os planos de saúde pagam à Dasa.

 

            "Quem não tem emprego formal no Brasil não tem plano de saúde. E há uma grande parcela da população que não tem registro em carteira, mas tem fonte de renda", explica Antonio Carlos Gaeta, diretor de atendimento da Dasa.

 

            No Lavoisier Popular, um hemograma completo custa R$ 8, e um teste de gravidez, R$ 25. O cliente pode dar cheque pré-datado ou parcelar em cinco vezes no cartão. Para exames mais complexos, a Dasa estuda abrir linhas de crédito em até dez vezes.

 

            Para que sua rentabilidade não fosse afetada, o serviço popular não conta com algumas comodidades dadas a seus pacientes com plano de saúde. O agendamento dos exames, por exemplo, não pode ser feito por telefone, só pessoalmente.

 

            Ontem a Dasa anunciou um lucro líquido de R$ 5 milhões no segundo trimestre de 2006, valor 1,3% maior na comparação com igual período de 2005. A receita líquida, entretanto, subiu 20,9%, para R$ 161 milhões. O maior impulso para as vendas veio das aquisições de empresas. Nas unidades já existentes em 2005, a receita ficou praticamente estável. As despesas operacionais foram de R$ 45,6 milhões, uma alta de 26,5%.