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Em 2008, São Paulo terá o maior hospital oncológico do mundo

            São Paulo terá o maior hospital oncológico do mundo, com 582 leitos. O campeão é o MD Anderson, em Houston, Texas (EUA), com 500 leitos. O Instituto de Oncologia de São Paulo (ex Instituto Doutor Arnaldo) receberá o nome de Octavio Frias de Oliveira, publisher da Folha, morto em abril.

            O anúncio foi feito ontem pela Secretaria Estadual da Saúde. Na última quinta feira, o conselho deliberativo do Hospital das Clínicas havia aprovado a mudança de função do instituto  que foi concebido no fim dos anos 80 para ser um hospital da mulher.

            A inauguração do novo hospital oncológico está prevista para o primeiro semestre de 2008. A expectativa é que a instituição realize cerca de 15 mil internações por ano, de acordo com o secretário Luiz Roberto Barradas Barata.

            Anualmente, a capital paulista registra 45 mil novos casos de câncer, segundo o Ministério da Saúde, mas não tem um hospital oncológico público. Os pacientes do SUS são atendidos em hospitais gerais ou em instituições filantrópicas.

            O novo hospital vai triplicar a atual oferta de vagas públicas oncológicas na cidade, estimada hoje em 170 leitos  sem contar os pacientes oncológicos que são tratados em hospitais públicos gerais.

            "O avanço da doença ao longo dos últimos anos passou a exigir uma reorganização do atendimento oncológico em todo o país, e o governador José Serra entendeu que é necessário dar maior atenção ao setor de oncologia na rede pública de saúde", diz Barradas.

            O secretário também lembra que, com o envelhecimento da população, a tendência nas próximas décadas é de um crescimento constante no número de casos novos de câncer. "O novo instituto vai priorizar o atendimento de casos graves, desafogando os demais hospitais que prestam atendimento oncológico em São Paulo. "

            De 2003 até agora, o governo estadual já investiu R$ 170 milhões nas obras do instituto  mais R$ 140 milhões em equipamentos.

            Para o oncologista Agliberto Barbosa de Oliveira, presidente do departamento de cancerologia da Sociedade Paulista de Medicina, a criação de um hospital público em São Paulo que trate exclusivamente câncer é uma notícia "excelente".

            "As filas de espera são enormes, há falta de recursos e de funcionários. Existe uma grande demanda reprimida."

Gestão

            Segundo Barradas, está sendo fechada uma parceria com a Fundação Faculdade de Medicina da USP, que administrará o hospital por meio de um modelo misto de gestão.

            "Sob o ponto de vista do gerenciamento, será similar a uma organização social, com metas e contrato de gestão. Sob o aspecto de ensino e pesquisa, será como ocorre hoje no InCor e no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia [poderá firmar parcerias nacionais e internacionais, captando recursos na iniciativa privada]."

            Em outubro, o instituto esteve no centro de uma polêmica. Médicos do HC defendiam que a administração ficasse a cargo do hospital, e Serra entendia que o hospital deveria ser gerido por uma organização social.