O Estado de São Paulo já registra neste ano pelo menos onze novos casos de infecção por micobactérias entre pessoas que passaram por cirurgias. A doença, que causa lesões de difícil cicatrização e nódulos, não era verificada no Estado desde 2004. Mas desde julho deste ano o município de Assis, a
A assessoria de imprensa do secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, informou ontem que o último caso ocorreu em Campinas, a
Desde o fim de 2007, o País vive um recrudescimento da epidemia da doença, e 76 novos casos foram notificados só neste ano, o que levou a Anvisa a decretar emergência epidemiológica
Procurada ontem para falar sobre a situação atual da doença, a agência também preferiu não dar detalhes e informou apenas que "nos próximos dias haverá uma reunião em Brasília com experts em infecção hospitalar (…) que irá apontar soluções para enfrentamento do problema." Ainda de acordo com a Anvisa, "deverá ser discutida (…) a realização de um estudo multicêntrico para a compreensão epidemiológica desse novo agravo." "Estão sim começando os casos
A Secretaria da Saúde de Assis informou que todos os dez pacientes já estão sob tratamento e que as duas unidades hospitalares envolvidas, uma pública e outra privada, já foram autuadas pela vigilância – a prefeitura, no entanto, prefere não divulgar os nomes dos hospitais . "Isso está ocorrendo também em outras cidades, mas aqui a vigilância foi mais enfática", afirmou Reinaldo Mega, representante da secretaria.
DESINFETANTE QUESTIONADO
A revelação dos novos casos
Houve ainda críticas à mais nova resolução da Anvisa sobre o tema, de outubro deste ano. Ela prevê que fabricantes autorizados tenham um ano para realizar estudos sobre a eficácia no combate às micobactérias do desinfetante glutaraldeído, utilizado para limpar instrumentos cirúrgicos. Isso apesar de análises apontarem que a substância não mata o microrganismo mesmo após os materiais ficarem mergulhados por dias na solução.
"Estamos perdendo mais um ano com uma medida paliativa e de baixo impacto", afirmou Renato Grinbaum, da Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção, e que coordenou mesa sobre micobactérias. Grinbaum diz que o principal problema está na reutilização de materiais cirúrgicos que deveriam ser descartados, especialmente os trocateres, dispositivos de corte utilizados nas videolaparoscopias. "Mas nem o SUS nem convênios pagam trocateres descartáveis."