Os estoques de medicamentos como propofol, cisatracúrio e atracúrio, necessários para a intubação de pacientes graves de Covid-19, só duram mais 5 dias no país, informou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
Reportagem do Valor Econômico publicada nesta quinta-feira (18/3) informa também que o rocurônio, usado para facilitar a intubação via traqueia, tem previsão para durar mais dez dias, e o sedativo midazolam, 15 dias. A fentanila, indicada para dores extremas, só dura mais 20 dias, segundo a associação. Sem estes medicamentos, não é possível socorrer pacientes em UTIs em estado grave. Em algumas regiões do país, vagas estão deixando de ser abertas por falta dos remédios, informou a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
A Anahp, bem como outras entidades representativas de hospitais, clínicas, operadoras de saúde, médicos e farmácias, discutem soluções para o problema, considerado grave, com diretores da Anvisa. Em reunião, representantes de hospitais privados informaram que vão tentar agilizar a importação desses medicamentos, enquanto a agência dará prioridade aos pedidos.
Preços
Também segundo o Valor, outra preocupação é o forte aumento dos preços dos medicamentos — que, em alguns casos, chegaram a subir 400%. A reportagem cita uma pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) que revelou que 80% dos hospitais ligados à entidade relataram aumentos. A entidade informou que os preços do rocurônio subiram 900% no último ano; do Midazolam, 400%; atracúrio, 200%; e propofol, 140%.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil