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Hospital recém-aberto pode ser privatizado

Impasse entre prefeitura e governo do estado atrasa início de funcionamento de centro médico em Santo Antônio da Platina

O Hospital Comunitário de Santo Antônio da Platina, Norte Pioneiro, inaugurado em em 20 de agosto do ano passado, pode ser entregue à iniciativa privada por falta de sintonia entre quatros órgãos responsáveis pela obra. “Isso é um problema político já admitido pelo próprio secretário estadual de Saúde, Cláudio Xavier. É um jogo de empurra que vem desde o governo anterior e prossegue no atual governo, um absurdo”, afirmou o prefeito Flávio Luiz Maiorky.

O hospital custou R$ 7 milhões, possui 3.250 metros quadrados e foi construído com recursos do governo estadual em terreno doado pela prefeitura. São 78 leitos e o mobiliário e equipamentos, todos importados, foram adquiridos e instalados pela Organização Mundial da Família (OMF), entidade vinculada a Organização das Nações Unidas. O centro médico atenderia cerca e 200 mil pessoas da região.

O presidente da Associação de Proteção a Maternidade e Infância (APMI), Hélia De Vico, responsável pela administração do Comunitário, também acusou a Secretaria de Estado da Saúde de politizar a questão por ter sido uma obra construída na gestão anterior.

O diretor de sistemas de saúde da secretaria, Gilberto Martin, disse estar aguardando há dez meses o pedido de credenciamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Hospital Comunitário, que deveria ter sido feito pela APMI. “Nossa intenção é credenciar, mas precisamos do registro da instituição”, afirmou.

O diretor da Sesa assinalou que a APMI também não providenciou a contratação dos funcionários do hospital, que só poderá ser incluído no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde do SUS quando estiver com toda a sua estrutura funcional completa, do diretor geral até a equipe de limpeza, afirma Martin.

A presidente mundial da OMF, Daisy Kusztra, que chegou anteontem ao Brasil vindo de Paris, sede da instituição, poupou a prefeitura de Santo Antônio da Platina, atribuindo o impasse a “um desleixo” e “falta de interesse”do atual governo estadual.

O prefeito Maiorky se mostrou irritado com o impasse. “Estamos tentando resolver esse problema há vários anos e sempre esbarramos em algum tipo de burocracia”, disse, ao admitir que o hospital poderá eventualmente ser entregue à iniciativa privada.

Há dois hospitais similares no Paraná, também erguidos pela OMF, funcionando normalmente. Um em Pinhais, inaugurado em 1999, e outro em Curitiba, no Bairro Novo, funcionando desde 1994, além de outros 162 em todo o mundo.