O médico, empresário e dirigente brasileiro, José Carlos de Souza Abrahão, presidente da CNS e FEHERJ, foi eleito pelo Conselho de Diretores da International Hospital Federation em reunião realizada durante o 35.º Congresso Mundial da IHF, que está sendo realizado em Seul, Coréia do Sul. As entidades representativas do setor hospitalar paranaense apoiaram a candidatura do presidente da Confederação Nacional de Saúde.
Confira a entrevista concedida pelo dirigente brasileiro sobre sua vitória e missão à frente da federação internacional.
ENTREVISTA COM DR. JOSÉ CARLOS ABRAHÃO
(Presidente da CNS e da FEHERJ, recém–eleito para presidir também a IHF de
A que o Sr. credita esta vitória do Brasil?
Dr. José Carlos Abrahão: Desde que assumimos a gestão da CNS, em agosto de 2003, temos procurado integrar a entidade com todo o setor de saúde, não só do Brasil, como internacionalmente também. Resultado disso foi a nossa reinserção na IHF em 2005, inclusive com a nossa indicação para integrar também o board da entidade. A partir daí, disputamos e vencemos a concorrência para o Congresso Mundial da IHF em 2009, que será realizado no Rio de Janeiro.
Essa maior participação da CNS no cenário mundial de saúde foi coroada com a nossa indicação para disputar também a presidência da IHF para o biênio 2009 / 2011, pois foi um desejo manifestado pelo próprio Comitê Executivo da IHF que o seu próximo presidente fosse um representante da América Latina.
Portanto, creditamos a todo esse trabalho de aproximação do Brasil, realizado nos últimos anos, mais essa vitória para o setor saúde, o que para nós é motivo de grande satisfação e orgulho. Por outro lado, exigirá de nós uma maior responsabilidade, que é representar bem o Brasil também nessa nova e importante função, buscando integrar nessa missão todos os demais países latino-americanos, possibilitando assim uma maior visibilidade dessas nações perante o mundo.
O que essa vitória significa para o país?
Dr. José Carlos Abrahão: Trata-se de uma grande oportunidade de o Brasil poder, definitivamente, se inserir no cenário mundial do setor, não só mostrando a sua capacidade e divulgando trabalhos e pesquisas de reconhecido sucesso na área, mas também realizando um intenso e produtivo network com os demais países filiados à IHF.
O que muda daqui para frente para o setor saúde brasileiro?
Dr. José Carlos Abrahão: Possibilitará com certeza um maior desenvolvimento do setor de saúde nacional devido às oportunidades que surgirão como conseqüência natural dessa maior inter-relação internacional.
Quais conquistas ainda estão por vir?
Dr. José Carlos Abrahão: A realização de um grande congresso no Rio de Janeiro em 2009 e a condução com sucesso do comando da IHF no mandato de
O Sr. tomará posse no Congresso Mundial da IHF em 2009, no Brasil. O fato de o país ter vencido concorrência, no início do ano, com Lisboa e Dubai para sediar um evento desse porte pode ter sido determinante para a sua eleição para a presidência da entidade?
Dr. José Carlos Abrahão: Acredito que sim. Foi um primeiro passo no sentido de provarmos ao mundo que o Brasil tem total condição e infra-estrutura de participar mais ativamente das ações da IHF. Esse evento vai ser muito relevante para o setor saúde nacional como um todo, um marco importante para alavancar o seu desenvolvimento. E a nossa eleição para a presidência da federação internacional é mais um passo nesse sentido.
Quais são os seus planos como presidente da IHF?
Dr. José Carlos Abrahão:
1. Consolidar o relacionamento e a articulação institucional da IHF com entidades, órgãos governamentais, políticos e privados do setor saúde no âmbito internacional, promovendo uma maior integração entre os hospitais e demais serviços de saúde de todos os continentes;
2. Pesquisar dados e números da saúde no mundo, elaborar análises permanentes e divulgar essas informações de forma estruturada e qualificada, tornando-se um Centro de Referência em Informação do setor saúde em nível mundial;
3. Estimular a promoção de congressos internacionais, jornadas, conferências e seminários ligados ao setor, principalmente nos países em desenvolvimento, e formar parcerias com empresas e indústrias que possam viabilizar esses eventos;
4. Incentivar a captação de novos associados para a IHF, agregando os países em desenvolvimento, principalmente da América Latina e África, e todos os representantes da cadeia produtiva da saúde;
5. Captar recursos através de instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial para o desenvolvimento de projetos de capacitação dos profissionais da saúde no que concerne à gestão e consultorias técnicas para o desenvolvimento dos hospitais e serviços de saúde, principalmente nos países da América Latina, África e Oriente;
6. Estimular o desenvolvimento de projetos de acreditação e qualidade para os hospitais e serviços de saúde, a fim de propiciar um atendimento mais qualificado e seguro para o paciente;
7. Estruturar a oferta de educação continuada na área de gestão em saúde com conteúdo programático baseado em evidência e via ensino à distância, principalmente para as áreas mais carentes e longínquas;
8. Propor a criação do prêmio ‘Projetos, idéias inovadoras e vencedoras no âmbito hospitalar’, com critérios e categorias definidos nos âmbitos da gestão, suporte hospitalar, arquitetura hospitalar, segurança hospitalar, meio ambiente e outros, entre outras ações em benefício do incremento do setor saúde no mundo.