Dois ladrões disfarçados de faxineiros invadiram a farmácia do Hospital das Clínicas, na região central de São Paulo, e roubaram R$ 1,2 milhão em caixas de botox. O crime aconteceu na tarde do último dia 8.
Vestidos com o uniforme de uma empresa que presta serviços de limpeza para o HC, os dois homens não tiveram dificuldades para subir oito andares. Depois, fizeram quatro farmacêuticos reféns por 40 minutos.
A planejada ação tinha alvo certo: caixas de toxina botulínica, o botox, medicamento utilizado no tratamento de problemas musculares, mas também indicado para fins estéticos, como eliminação de rugas e marcas de expressão.
Ameaçando estar armada, a dupla roubou, tranquilamente, 2.000 caixas do produto, avaliadas em R$ 1,2 milhões. Para ir embora, os falsos faxineiros guardaram as caixas em latas de lixo.
O hospital não descarta a possibilidade de um funcionário ter facilitado o roubo, já que a dupla sabia até onde as câmeras de vídeo estão instaladas. Uma delas foi virada para a parede para que os criminosos não fossem filmados.
Essa parte do plano, porém, não deu certo. As imagens dos bandidos foram registradas e estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
Os remédios roubados foram comprados pelo governo do Estado e seriam distribuídos de graça para os pacientes.
A polícia ainda não fez o retrato falado de nenhum dos assaltantes. Segundo a direção do hospital, a distribuição dos medicamentos não foi prejudicada.
A toxina -que é produzida pela bactéria Clostridium botulinum, causa da doença botulismo- age no músculo de maneira a diminuir ou eliminar os impulsos que o acionam. No caso da aplicação cosmética, o músculo facial atingido deixa de formar a ruga e os sulcos na testa, em torno e entre os olhos, no pescoço e mais raramente nos lábios.
O mercado do botox já movimenta mais de R$ 100 milhões por ano no país, o que coloca o Brasil no segundo lugar do ranking internacional de utilização desse produto.
