O Hospital Universitário Cajuru informa que obteve nesta quinta-feira (9) uma liminar da 15ª Vara do Trabalho de Curitiba que obriga o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (SINDESC) a garantir o mínimo de 70% dos funcionários em cada unidade de internação, sob pena de multa de R$ 20 mil por dia. A liminar passa a valer nesta sexta-feira (10).
A Aliança Saúde, responsável pelo Hospital Universitário Cajuru, Santa Casa de Curitiba e Hospital Alto Maternidade Alto Maracanã, alerta desde o início da greve para a desorganização do movimento coordenado pelo SINDESC, que a despeito da lei 7.783/1989, que classifica a atividade médica hospitalar como essencial, está provocando uma série de prejuízos à população, como o cancelamento de cirurgias eletivas, atrasos nas cirurgias emergenciais, cancelamento de exames e abandono total de postos em unidades essenciais como Centro Cirúrgico, UTI`s e Pronto Socorro, que para manutenção da qualidade e segurança assistencial precisam manter 100% do colaboradores ativos.
Na Santa Casa de Curitiba, na madrugada desta quarta-feira (8), apenas 24 colaboradores compareceram ao trabalho, o que representa 39% do quadro funcional escalado para o turno. Nesta quinta-feira (9), o Hospital operava com 60% de seu quadro, o que provocou o cancelamento de 30 cirurgias eletivas e o fechamento de uma de suas quatro UTI´s durante a manhã por falta de colaboradores.
No Hospital Universitário Cajuru, na noite de quarta-feira (8) apenas 48% do quadro assistencial compareceu ao trabalho. Nesta quinta-feira (9), a adesão à greve diminuiu e o Hospital contava com 78% dos colaboradores. No ambulatório do Hospital, todos os auxiliares e técnicos aderiram à greve, resultando na suspensão de 51% das 283 consultas agendadas para esta quinta-feira (9).
No Hospital Maternidade Alto Maracanã, em Colombo, nesta quinta-feira (9) a adesão à greve foi de 40% dos funcionários.
A Aliança Saúde reforça que a proposta patronal, que concede 6,5% de reajuste geral em todos os salários, aumento médio de 8,5% nos pisos, reajuste de 30% no vale alimentação e 11,5% na base de insalubridade, supera todos os índices inflacionários apurados no período. A Aliança Saúde também reforça que os hospitais filantrópicos enfrentam uma crise causada pelo subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que cobre apenas 60% dos custos hospitalares, resultando em dívidas de R$ 5,6 bilhões em todo o país, segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).