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Medicamentos lideram ranking de intoxicações no Paraná

Historicamente, os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicações no Estado. Somente no ano passado, 4.461 casos foram registrados no Paraná, muito à frente do número de intoxicações causadas por drogas de abuso (846), produtos de uso domiciliar (641) e cosméticos (63).

Isso significa que, a cada duas horas, pelo menos um paranaense é vítima de intoxicação por medicamento. E o problema vem crescendo nos últimos anos. Em comparação com 2011, o número de casos de 2015 foi 12% maior. 

Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o dado é preocupante, sobretudo porque este tipo de intoxicação pode levar à morte. ”O momento é de conscientizar a população e alertar sobre a importância do uso racional dos medicamentos”, disse o secretário, durante o lançamento de uma campanha educativa sobre o tema, em Curitiba.

Para ele, trata-se de um problema grave que deve ser enfrentado através da informação. “As pessoas precisam saber que o hábito de se automedicar é extremamente perigoso. Além de trazer riscos para a saúde, ao invés de se tratar, o indivíduo pode estar apenas mascarando doenças mais graves”, complementou.ACESSO À INFORMAÇÃO – A campanha lançada nesta quinta-feira (5) faz parte das atividades do Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Na quarta (4), profissionais de saúde estiveram no centro de Curitiba para esclarecer a população sobre os perigos da automedicação e do uso inadequado de remédios.

A ação aconteceu na praça Rui Barbosa e contou com a presença de técnicos da Vigilância Sanitária Estadual, do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PR), e acadêmicos de farmácia de universidades da capital.

Ao longo de todo o dia, mais de 800 pessoas passaram pela tenda montada no local e receberam orientações básicas para prevenir intoxicações por medicamentos. As equipes de saúde também ofertaram exames básicos, como teste de glicemia e aferição de pressão.

A aposentada Luzia Medeiros, aprovou a iniciativa e disse que sempre teve muitas dúvidas sobre como armazenar e utilizar medicamentos. “Depois que a gente se cura, geralmente esquece o remédio na prateleira. Nem sempre vemos a validade depois, quando ficamos doentes de novo”, revelou.

De acordo com o chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, a validade é apenas um dos itens que devem ser verificados antes de tomar algum medicamento. “A pessoa tem que estar bem esclarecida sobre a dose, o horário e a frequência que deverá tomar o remédio. Por isso, é essencial que o paciente tenha uma conversa prévia com o médico e também consulte um farmacêutico”, afirmou.CARTEIRINHA – Para ajudar o cidadão no controle dos medicamentos em uso, a Secretaria da Saúde criou uma carteirinha com informações úteis para o paciente e seu médico. O documento, que será distribuído na rede pública e na rede privada, traz o perfil do indivíduo, registra os medicamentos que devem ser administrados, a periodicidade e o nome do médico ou cirurgião dentista prescritor.

A chefe da Divisão de Vigilância Sanitária de Produtos, Érika Feller, explica que a carteirinha é ideal para aquelas pessoas que tomam muitos medicamentos. “Ela é um instrumento de consulta, que indica a hora e a dose que cada medicamento deve ser administrado”, comenta.

A apresentação da carteirinha durante as consultas também vai auxiliar o médico na definição do tratamento adequado para o paciente. “Existem medicamentos que cortam o efeito de alguns princípios ativos. Isso indica a necessidade do médico saber exatamente quais medicamentos o paciente está tomando naquele momento. Desta forma, pode-se evitar que um tratamento prejudique o outro”, explicou Érika.SIMPÓSIO – Para amenizar o problema das intoxicações por medicamentos, o Governo do Estado também está reforçando o trabalho de sensibilização dos profissionais de saúde. Nesta quinta, a Secretaria da Saúde realizou o I Simpósio Estadual sobre o Uso Racional dos Medicamentos, reunindo mais de 700 pessoas em Curitiba.

A programação foi planejada para promover o diálogo entre os diversos protagonistas na linha de cuidado dos pacientes. Diante disso, farmacêuticos, enfermeiros, médicos, dentistas, nutricionistas e demais profissionais puderam discutir de que forma podem atuar no incentivo ao uso racional de medicamentos.