A luta contra os manicômios e a favor de uma assistência libertadora das pessoas com transtornos mentais ganha nova visibilidade hoje e amanhã, com as comemorações do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, 18 de maio. Debates e passeata vão lembrar a necessidade urgente de prevenir e tratar dignamente o sofrimento emocional e psíquico.
Numa sociedade recheada de desigualdades, baixa oferta de emprego e lazer, educação, saúde e moradia deficientes, é fácil ter problemas mentais. A freqüência de doentes e a exclusão deles ficou mais uma vez provada pela 3ª Caravana do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, encerrada esta semana. O grupo encontrou famílias miseráveis, desinformadas e sem assistência, encarcerando seus filhos doentes, e um alto número de dependentes de álcool e outras drogas.
É urgente ampliar a rede de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), onde os pacientes podem ser ressocializados. Também falta prevenção, para barrar o crescimento da fila de drogados, neuróticos e psicóticos. Além do principal: direitos básicos atendidos (moradia, educação, emprego, lazer) para que a mente esteja em paz.
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, presidente do Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco).