“E ainda quer fazer intervenção no Rio. Nem dos hopitais dele, o Lula cuida” denuncia deputado, que afirma que hospitais das Forças Armadas não têm estrutura nem para cuidar da própria tropa
A rede militar de Saúde no Rio, apresentada pelo Governo federal como um reforço para a crise no setor, enfrenta sérios problemas de atendimento e tem carência de pessoal e equipamentos, conforme mostra relatório do deputado federal Jair Bolsonaro (PFL). Oficial reformado do Exército e ele entregou o documento ao vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, e chamou a medida de “demagógica”. “Só tem a vantagem de mostrar a realidade do atendimento ao militar e ver se melhora.”
Ele relata espera de até três meses por atendimento, falta de recipientes para exames laboratoriais e de filme para raios X, número reduzido e inexperiência de profissionais. “Falta tudo, o equipamento não tem manutenção.” Bolsonaro cita como “prova da falência do sistema” o fato de a Marinha ter convênio com a Unimed. “Dentro do hospital, tem cara da Unimed que propõe convênio, com desconto no contracheque. Para a Marinha interessa, porque o militar paga 3,5% obrigatórios para o fundo de saúde e é atendido pela Unimed”. Ele teme erro médico – “os profissionais são inexperientes” –, e se irrita com o uso da rede por civis. “Se pago 20% por atendimento, por que abrir para o civil? Agora, a gente não paga para terceiros (parentes), mas para ‘quartos’ (civis) usarem”.
Para o gestor da intervenção, Sérgio Côrtes, o auxílio não prejudicará os militares. “Usaremos basicamente hospitais de campanha. Haverá mudança na escala dos militares, mas o ministério também vai oferecer pessoal”. A Aeronáutica garante que a decisão não prejudicará os pacientes. Exército e Marinha não comentaram o caso.
Demora para consultas e exames e falta de material são alguns dos problemas
MARINHA
# Hospital Marcílio Dias
# Demora de um mês para atendimento em geriatria
# Consultas só a partir de junho em pneumologia
# Usuário tem de comprar recipiente para colher material de exames laboratoriais
# Policlínica Naval Nossa Senhora da Glória
# Exames em cardiologia só podem ser marcados para junho
# O deputado aponta o convênio com Unimed como “prova da precariedade do atendimento. “Os beneficiários têm de pagar dois planos”, diz
EXÉRCITO
# A marcação de atendimento demora de 15 a 30 dias
# Hospital Central do Exército não absorve novos casos de urgência por falta de profissionais, salas cirúrgicas e material. Faltam filmes para raios X
# Hospital de Guarnição da Vila Militar, quarta-feira, tinha um médico para 40 pacientes
# Instituto de Biologia é único laboratório disponível
# Um mês de espera para tomografias e ultra-sonografias
AERONÁUTICA
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Dificuldades semelhantes às das outras Forças Armadas
