Levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que o número de transplantes no país aumentou de forma significativa este ano. Até outubro, foram 9.053 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mais do que o registrado em 2003. Pelas estimativas do ministério, até o fim do ano deverão ser 10.870 transplantes, número 27% superior ao de 2003. O Brasil tem o maior sistema público do gênero no mundo.
Para melhorar ainda mais esses índices, o ministro lançou ontem uma campanha que será veiculada de hoje a 9 de janeiro. Batizada com o nome de Começar de Novo, a campanha mostra que somente com o crescimento da doação os números de transplantes poderão crescer. São filmes para TV, spots para rádio e peças para mídia exterior, internet, revistas de circulação nacional e revistas direcionadas à classe médica.
O maior aumento registrado em 2004 foi o de transplantes de córnea: de janeiro a outubro foram 2.542 cirurgias, 44% a mais do que no mesmo período de 2003. ”A meta é acabar com a fila de espera para transplante de córneas até 2006”, afirmou o ministro da Saúde, Humberto Costa. O ministério pretende reduzir em 50% a lista de espera para demais transplantes.
O melhor desempenho este ano é atribuído a dois fatores: mudança na forma do pagamento do transplante de córnea e à capacitação das comissões intra-hospitalares. ”Agora, para ampliar o número de cirurgias, é preciso aumentar o número de doadores”, afirma o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Roberto Schlindwein. Este ano, o número de doadores também aumentou, comparado com 2003.
Hoje, no país, mais de 62 mil pessoas aguardam nas filas de transplante de órgãos. Segundo o ministro Humberto Costa, as campanhas para aumentar o número de doadores são a única maneira de reduzir essa espera. ”O setor público já está efetivamente preparado para captar e realizar os transplantes”, explicou o ministro. ”O importante é que a população comece a doar”, defendeu.
Segundo o Ministério da Saúde, o crescimento de transplantes é maior que o de doadores porque muitos deles doam mais de um órgão. Humberto Costa disse que a meta é zerar a fila de espera por córnea e reduzir à metade as filas por medula óssea e órgãos, até 2007. ”A campanha ajuda porque está sempre reavivando junto às pessoas a necessidade de uma ação solidária”, afirmou o ministro.
Dados sobre Aids reunidos
O Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST-Aids) lançou ontem um sistema que reúne uma série de dados sobre a epidemia da doença, o Monitoraids (www.aids.gov.br/monitoraids/start.html). Além da evolução da doença, com dados separados por categorias, como raça, idade e escolaridade, o sistema permite acompanhar os recursos empregados, trabalhos de prevenção, a evolução de compras de preservativos.
O sistema traz informações nacionais, regionais e estaduais. Os resultados da consulta são apresentados na forma de tabelas e gráficos. O coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, Pedro Chequer, avalia que o sistema vai dar mais transparência à aplicação dos recursos e qualidade dos serviços oferecidos.
De acordo com Chequer, não há, no mundo, um sistema com informações de aids tão rico. ”São mais de cem indicadores, atualizados periodicamente”, afirmou.