BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou que as políticas econômica e social têm de caminhar juntas, para que seja possível melhorar a distribuição de renda. Para ele, sem mais verbas para saúde e educação o quadro não mudará. “Num país como o Brasil, não tem como não falar em serviços públicos universais. Só que eles valem mais para uns do que para outros”, disse ontem à noite, após participar da abertura da 4.ª Conferência Nacional de Assistência Social.
Palocci ressaltou que nas últimas três décadas o Brasil não avançou na distribuição de renda, mesmo em fases de crescimento. “Não podemos esperar que só o crescimento resolva o problema de distribuição de renda. O Brasil já cresceu no passado e não resolveu isso.” Ele ressaltou a necessidade de investir na educação. “Mais de 40% da diferença na renda entre trabalhadores se explica pelo déficit educacional. A dívida na educação é responsável por quase metade da má distribuição de renda no País”, avaliou.
Ele anunciou que o governo vai rever a legislação que determina que os planos de saúde reembolsem o Sistema Único de Saúde (SUS) por atendimentos prestados a associados. Segundo ele, a lei que prevê o ressarcimento não é cumprida. “O Brasil não é tão rico para subsidiar empresas de saúde”, disse, arrancando aplausos.
Na 12.ª Conferência Nacional de Saúde, o presidente em exercício, José Alencar, disse que só quando o País crescer terá dinheiro suficiente para a área social. “O presidente Lula e nós todos sabemos que o País precisa voltar a crescer para que haja recursos para todos os itens do campo social: educação, saúde, saneamento, segurança e tudo o mais de que o Brasil necessita.”
