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Paraná deve acabar com fila de obesos

A fila de espera dos candidatos à cirurgia bariátrica (redução de estômago) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná deve extinguir-se até o final de 2009. Pelo menos daqueles pacientes que já iniciaram a triagem. Esta é a expectativa da Secretaria de Estado da Saúde que propôs ao governo federal o credenciamento de 12 hospitais, além dos cinco já autorizados. A idéia é descentralizar o serviço pelo Estado e assim desafogar os outros estabelecimentos.
Para isso, o Paraná sugeriu – entre outras alterações – a redução do número mínimo de cirurgias bariátricas por hospital. Ao invés de 96 por ano a exigência passaria a 48 ao ano. ”O Ministério da Saúde entende que os credenciados poderiam absorver a demanda, considerando a experiência e estrutura em funcionamento. Dizem que seria uma economia de escala, mas nós pensamos diferente. Com mais unidades à disposição acreditamos que a produção será maior e, consequentemente, o atendimento aos pacientes será mais ágil. No ritmo atual, levaríamos – no mínimo – dois anos para acabar com a fila de espera, sem contar a entrada de novos pacientes”, disse Irvando Carulla, superintendente de gestão em saúde da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
Hoje em dia, mais de 700 cirurgias bariátricas são realizadas por ano no Estado pelo Hospital Angelina Caron, de Campina Grande do Sul (região metropolitana); Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Santa Casa de Curitiba; Hospital Universitário de Londrina e Hospital Universitário de Maringá. Porém, a maioria delas concentra-se na capital e adjacências. Os hospitais-escola de Londrina e Maringá, por enquanto, não atingem o mínimo exigido. ”É compreensível que a tarefa de ensinar limite o índice de produtividade. Contudo, a ampliação da rede de serviço nos possibilitará fiscalizar o cumprimento das portarias (documento administrativo que contém instruções sobre a aplicação de leis, execução de serviços, nomeações, etc) e até descredenciar os estabelecimentos em desacordo”, explicou Carulla.
Segundo Francisco Eugênio Alves de Souza, diretor-superintendente do HU de Londrina, a posição de referência do HU para intervenções de alta complexidade limita a quantidade de leitos de UTI destinados à cirurgia bariátrica. A construção de uma nova UTI, ainda em projeto, é a aposta de Souza para reduzir a espera dos obesos. ”Serão 10 leitos destinados exclusivamente às cirurgias eletivas, que incluem a bariátrica. Caso contrário, serão facilmente utilizados pelas cirurgias de urgência e emergência requisitadas em Londrina e por outros municípios”. Por isso, Souza recebe com satisfação a possibilidade de dividir o trabalho com outros hospitais do Estado.
Há uma semana, a Associação dos Obesos de Londrina (Obesolon) esteve na Câmara Municipal cobrando uma resposta dos vereadores quanto ao pedido de credenciamento do Hospital Evangélico. A entidade reúne 150 candidatos à cirurgia, mas na região este número chega perto de 900, incluindo aqueles que ainda não iniciaram a triagem nos hospitais. ”Esta novidade é uma bênção para nós”, resumiu Suellen Cristiane dos Santos, 23 anos, secretária da entidade.