A eleição para a nova diretoria da Frente Parlamentar de Saúde não estava prevista na pauta de ontem. Mas isso não serviu de empecilho para que os deputados e senadores se manifestassem favoravelmente à continuação do atual presidente, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), à frente do movimento. Mesmo sem ter respondido de pronto aos apelos dos colegas parlamentares, Guerra informou que pretende antecipar as eleições para abril.
A eleição para a presidência da Frente, que parecia apenas uma formalidade, está tomando tons de disputa política. Isso porque, com a participação de 270 parlamentares, aproximadamente – dos quais 258 são deputados, o que representa mais da metade da Casa – a Frente Parlamentar de Saúde é, hoje, uma das mais fortes Frentes do Congresso. O poder de influência e articulação começa a crescer aos olhos dos parlamentares. Mesmo assim, Rafael Guerra ainda tem a primazia.
Elogiado por seu trabalho por dois mandatos consecutivos como presidente da Frente, Guerra foi sondado pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que declarou seu apoio, mas entra na disputa, caso Guerra não atenda aos pedidos para permanecer no cargo.
Quem também está de olho na presidência da Frente é o PT. Depois de alguns embates com o deputado Rafael Guerra na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), ontem, Henrique Fontana deixou o Plenário durante a reunião da Frente Parlamentar, depois que a deputada Alice Portugal (PCdoB – BA) declarou seu apoio à candidatura de Rafael Guerra. Não há nada declarado, mas tudo indica que uma nova batalha está para se instaurar no Congresso, mas, desta vez, não é por cargos, mas pela influência que a área de saúde tem representado.