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Planos corporativos financiam 75,8% dos planos privados

 

Desafio das empresas é reduzir o custo do benefício, que tem inflação anual de 12,2%. As empresas brasileiras são as grandes financiadoras dos planos privados de saúde no Brasil, que hoje atendem 36 milhões de beneficiários. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que, na soma dos contratos novos e antigos (anteriores à lei 9656/98 que regulamenta o setor), 68,6% são referentes aos planos coletivos corporativos. Se considerados apenas os planos novos (posteriores à legislação), o índice chega a 75,8%. A tendência é que esse número se amplie ainda mais nos próximos anos.
Lais Perazo, gerente da área de saúde da consultoria Towers Perrin, conta que a preocupação com o benefício deve tirar o sono de muito executivo brasileiro. "Antigamente o plano de saúde tinha impacto nos custos da área de recursos humanos. Hoje esse valor tem impacto no negócio. A competitividade do beneficio precisa ser mantida para um efetivo gerenciamento das pessoas. No entanto, o preço ainda é um dos maiores desafios."
Segundo a consultora, o pacote de benefícios está entre os dez fatores de atração e retenção de talentos nas empresas. "O desestímulo com os planos individuais faz com que as pessoas recorram aos empregadores. E o governo deve continuar repassando a responsabilidade para a iniciativa privada."
No Brasil, a inflação médica anual das empresas com o benefício é de 12,24%. Nos Estados Unidos, a inflação médica para os empregadores somou 62% nos últimos cinco anos. Resultados preliminares do estudo da Towers Perrin para o próximo ano mostram que o custo total por usuário americano ativo deve atingir US$ 8.748, 62,4% acima dos US$ 5.386 de 2002.
Mesmo sendo o grande financiador do sistema de saúde suplementar, o empresariado é pouco representado nas discussões técnicas que envolvem regulação e funcionamento da área. "O empresário não se enxerga como parte do setor. Não se sente responsável em buscar soluções. Qualquer mudança gera impactos imediatos para as empresas", explica Lais. Ela cita, como exemplo, a regulamentação dos planos de saúde e os impactos para as empresas, como a adoção de coberturas mínimas, extensão mandatória para demitidos e aposentados, upgrades, ressarcimento ao SUS etc.
A consultora ressalta a importância do envolvimento dos empregadores. "Na maioria das empresas, a compra de planos de saúde é realizada pelo departamento de compras e não pela área de recursos humanos, o que gera uma série de equívocos e problemas, já que o fator de escolha geralmente é preço e não cobertura, qualidade."
Lais diz que, para construir um novo modelo de saúde suplementar, que integre a visão dos empregadores, é necessário implementar ações como gerenciamento dos fornecedores, envolvimento do usuário e do departamento financeiro. "As empresas com melhor desempenho possuem alinham o benefício à estratégia da organização, de forma racional e integrada."