contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Pólo médico recifense perde 10 hospitais no prazo de 4 anos

 

O baixo crescimento econômico do País está afetando a qualidade dos serviços médicos privados.
No Recife, o pólo médico foi abalado nos últimos quatro anos pelo fechamento de dez hospitais (HGU, Neuro, Vitória Régia, Samiu, São Lucas, Crepe, Procardio, Protocor, Santa Paula e João XXIII). Para o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe), o pólo ainda está longe de sair da crise.
“O grande problema está na estagnação da medicina suplementar”, argumenta Mardônio Quintas, presidente do Sindhospe. Quintas explica que o pólo do Recife é vocacionado a atender às operadores de planos de saúde, que amargaram uma redução no número de usuários. “A descapitalização das operadoras provoca um achatamento na remuneração dos procedimentos hospitalares”, acrescenta Quintas.
Segundo ele, este setor depende muito de investimentos constantes por causa da renovação tecnológica. “Os hospitais existentes mantêm atendimento de ponta, mas a medicina é muito dinâmica e os equipamentos dependem de renovação constante. A classe média não está percebendo ainda que ficará sem hospital de qualidade”, alerta.
“Essa crise é conjuntural, que envolve a queda de renda per capita da população e afeta não só Pernambuco, mas todo o País. Muitas pessoas retornaram ao SUS. A análise precisa ser macroeconômica”, analisa Carlos Vital, presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe).
Além da queda na qualidade dos serviços, a crise também gera demissões. Cada hospital, estima Mardônio, gera pelo menos 100 empregos diretos. No Recife, o pólo tem hoje 23 unidades que atendem exclusivamente à medicina suplementar.
Sérgio Luís Sônego, presidente do Grupo de Empresas de Autogestão em Saúde (Gremes), considera que os planos de saúde também são prejudicados por causa da regulamentação do setor. Sônego acredita que as operadoras e hospitais precisam se adaptar ao cenário econômico e aprimorar suas áreas administrativas.
“Acreditamos que os hospitais precisam fazer um trabalho de redução de custos com o uso de medicamentos genéricos, com materiais de menor custo. O médico deve ter uma noção melhor da quantidade de exames que precisa solicitar ao paciente”, exemplifica. Com essa redução, conta, os planos podem se tornar mais baratos e mais pessoas podem se tornar usuárias. Sônego conta que o Gremes, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e o Ipad estão formatando um curso de administração em saúde suplementar.
Sônego também acredita que o pólo do Recife deverá ser beneficiado nos próximos anos com o crescimento da economia pernambucana, gerado com os grandes investimentos que acontecem em Suape.