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Programa de transplantes do DF tem sistema investigado

         Falta de materiais cirúrgicos, profissionais e espaço físico. Falhas na captação de órgãos, dificuldade para diagnosticar morte cerebral e identificar possíveis doadores. Todos esses problemas que quase enterraram o programa de transplantes do Distrito Federal estão em um relatório do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). Auditores do órgão fizeram uma apuração minuciosa das condições de atendimento do Hospital de Base e divulgaram o relatório na sexta-feira. Eles constataram que, devido ao baixo número de cirurgias, seriam necessários 31 anos para que todos os inscritos na fila de espera por um transplante renal fossem atendidos.

 

            O Denasus ainda vai fazer outra auditoria para investigar os gastos do Governo do Distrito Federal com hemodiálise. O Tribunal de Contas da União aprovou por unanimidade um relatório sobre o Sistema Nacional de Transplantes e recomendou a realização de uma análise para verificar a eficiência na utilização dos recursos no Distrito Federal. Na semana que vem, auditores do departamento se reúnem para definir o grupo que vai trabalhar na missão. Uma série de reportagens publicada pelo Correio Braziliense em abril mostrou que o governo gastou R$ 11,9 milhões com hemodiálise no ano passado. Em 2005, os gastos com medicamentos e cirurgias de transplante somaram R$ 2,72 milhões, quatro vezes menos do que os valores investidos em hemodiálise. As clínicas particulares recebem quase 90% dos recursos repassados pelo Ministério da Saúde.

 

            O relatório do Denasus divulgado na semana passada foi repassado à Secretaria de Saúde, que tem 15 dias para apresentar justificativas por escrito. O chefe da Central de Doação e Captação de Órgãos, Lúcio Lucas Pereira, garante que 70% dos problemas apontados pelo relatório já foram sanados ou são improcedentes. "O documento diz que a central não funciona 24 horas por dia, o que é falso. Sempre há funcionários de plantão. Os auditores afirmam que há problemas nas comissões intra-hospitalares , mas o secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, já convocou os diretores de hospitais regionais para melhorar o funcionamento dessas comissões", explica Lúcio Lucas.

 

Equipamentos

 

            A auditoria foi realizada em novembro do ano passado, mas os técnicos do Denasus analisaram o funcionamento da central e do Hospital de Base durante o período de janeiro a maio de 2005. Nessa época, o programa de transplantes ainda estava abandonado. O atual secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, assumiu a pasta em março e começou a fazer investimentos para reverter o quadro. No ano passado, nenhum transplante renal havia sido realizado até setembro. Nos últimos três meses do ano, foram feitas 29 cirurgias no Hospital de Base.

 

            O relatório do Denasus afirma que o Hospital de Base tem "deficiência no que se refere a materiais médico-cirúrgicos, medicamentos, profissionais médicos anestesistas e enfermeiros, e disponibilidade de vagas no centro cirúrgico e UTI". Os auditores do departamento vinculado ao Ministério da Saúde também encontraram problemas de infra-estrutura como falta de ventilação nas enfermarias da unidade de transplante renal.

 

            Outro problema apontado pela auditoria do Denasus é a dificuldade para diagnosticar pacientes com morte encefálica, que são doadores em potencial. Mas a Secretaria de Saúde já comprou equipamentos como o eletroencefalograma e um ecodoppler portátil. Com esses aparelhos, funcionários da comissão intra-hospitalar de transplante podem identificar a morte cerebral e abordar a família dos doadores. De acordo com a secretaria, cerca de 70% das famílias ainda se recusam a fazer a doação. O secretário José Geraldo Maciel prometeu dobrar o número de transplantes renais realizados no DF até o ano que vem. Maciel também anunciou a criação de uma área para cirurgias no Hospital Regional da Asa Norte. Atualmente, o Hospital de Base é a única unidade de saúde pública credenciada para fazer os procedimentos.

 

ALERTA RENAL

 

            Pressão alta

 

            Diabetes

 

            Dificuldade de urinar

 

            Queimação ou dor quando urina

 

            Urinar muitas vezes, principalmente à noite

 

            Urina com aspecto sanguinolento

 

            Urina com muita espuma

 

            Inchaço ao redor dos olhos e das pernas

 

            Dor lombar

 

            História de pedras nos rins

 

 

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia