Pesquisa realizada com 130 empresários de Maringá no mês de maio, num trabalho desenvolvido pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM), mostrou que 17% dos entrevistados vão demitir algum funcionário em função do novo mínimo regional, que provocou um salto de R$ 300 para R$ 437 no salário mínimo.
O coordenador da pesquisa e professor de Economia da UEM, Joilson Dias, ressalta que essas demissões referem-se a qualquer emprego ofertado pelos empresários consultados. “A pergunta deixou claro que poderiam ser demissões na própria empresa, na residência ou em alguma propriedade rural do empresário”, diz.
Para Dias, outros fatores influenciam nessas demissões. Entre eles está o desempenho do comércio nos cinco primeiros meses de 2006, que ficou muito aquém do esperado. “O primeiro semestre foi muito ruim. As vendas no comércio ficaram bem abaixo do esperado. Apenas uma minoria de empresários obteve bons resultados”, avalia.
Esses dados negativos no comércio são explicados por dois fatores principais: a crise na agricultura, que diminuiu o poder de compra dos produtores, e um aumento no número de pessoas empenhadas em quitar suas dívidas.
“O consumidor está mais consciente. Desde março tem diminuido o número de pessoas com contas em atraso, principalmente tarifas de luz, água e telefone”, conta. Isso reflete diretamente no comércio, pois diminui a demanda por novos produtos.
Otimismo
Mesmo com os resultados negativos dos primeiros meses, os empresários estão otimistas com o segundo semestre. “Constatamos um alto nível de otimismo. Com 53,3% dos empresários acreditando num aumento das vendas”, relata. Para Dias, o desempenho será ainda melhor se o Brasil conquistar a Copa do Mundo. “Com a vitória teremos um aumento significativo na produtividade”, avalia.
Crise agrícola
R$ 32 milhões
é o dinheiro que deixou de ser injetado devido a baixa nos preços e as perdas na safra.
3 mil
é o número de empregos diretos e indiretos que deixaram de ser gerados na região.