A partir de fevereiro, o governo do Estado de São Paulo começará a negociar um pacote de ajuda financeira a 30 unidades de Santa Casas que realizam atendimento regional. A proposta é cobrir mensalmente o déficit entre o custo dos tratamentos e o repasse realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Até o fim do ano, a intenção do Estado é expandir o pacote para mais 70 hospitais.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, a pasta tem R$ 250 milhões para essa iniciativa. "Ainda precisamos definir os detalhes, pois será negociado caso a caso", diz. O pacote não cobre dívidas anteriores.
O Estado fará exigências às entidades que se dispuserem a aceitar a ajuda. Entre elas, a redução do número de cesarianas e a liberação de funcionários para freqüentar cursos gratuitos de gerenciamento oferecidos pela Federação das Santas Casas, uma parceria das entidades com a secretaria.
O governo também passará a controlar todas as internações em centrais que liberarão os atendimentos por meio de uma avaliação de necessidade. Segundo Barata, a intenção é combater "desperdícios" com internações desnecessárias. "O repasse de verba será baseado na necessidade da unidade excluídos os desperdícios", diz.
Ele afirma que não haverá problemas com atrasos de atendimento por causa dessa exigência de autorização para as internações. "Hoje funciona assim no sistema privado, sempre há pedido de liberação para as centrais." O secretário explica que o governo estadual realizará avaliações a cada seis meses para acompanhar se as metas estão sendo atingidas, e o plano valerá até que as entidades consigam negociar um reajuste da tabela do SUS com o Ministério da Saúde.