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Saúde em crise

 

A crise na Saúde no Brasil vem de longa data. Na realidade, o país vem construindo uma história no setor, que já passou por momentos de calamidade, como epidemias e filas gigantescas para se conseguir uma consulta. Há alguns anos em Laranjeiras do Sul era necessário praticamente passar a noite no posto de saúde para conseguir atendimento. De lá para cá, o avanço foi considerável. Nos últimos anos, o repasse do SUS para Estados e municípios cresceu 35%. Programas, como o Agente Comunitário de Saúde e o Saúde da Família foram reforçados e criados os programas Samu 192, Brasil Sorridente e Farmácia Popular do Brasil. Iniciativas que expandiram o atendimento. Contudo, os valores empregados e o fornecimento de remédios, continuam ínfimos. Ainda existem falhas grotescas no sistema, principalmente quando o assunto é atendimento fora do horário de expediente ou quando são necessários internamentos, cirurgias e atendimentos especializados. E o que a população vê são situações em que o que deveria ser prioridade para todas as autoridades, muitas vezes torna-se mais um instrumento de disputa política. Enquanto isso a prevenção, tida como uma solução não paliativa, ganha cada vez menos espaço no contexto brasileiro. Independente do jogo de empurra, o fato é que há escassez de recursos financeiros, materiais e humanos, para manter os serviços de saúde operando com eficiência. Segundo estatísticas da Abramge/Fenaseg (A Associação Brasileira de Empresas de Medicina de Grupo) são gastos R$ 31 bilhões para cuidar de 35 milhões de segurados, enquanto todo o SUS para suprir o direito à Saúde de mais de 145 milhões de brasileiros gasta quase a mesma quantia. Por essas e outras razões nos encontramos no 124º lugar no ranking da OMS em qualidade de saúde. Um dos reflexos dessa cadeia de acontecimentos é o que está ocorrendo com o Hospital São Lucas de Laranjeiras do Sul. Há 43 anos no município (atendendo pessoas de toda a região) a instituição está passando por uma de suas piores crises financeiras. De um lado, as AIH’s (Autorização para Internamentos Hospitalares – pagas pelo governo), não cobrem a demanda (ver matéria página 3). Do outro lado, a situação econômica da região não oferece condições econômicas para que a população tenha um atendimento privado, ou pague um plano de saúde. Nesse caso, infelizmente a dependência do Poder Público fica evidente, inviabilizando o crescimento através de outras fontes. Essa é mais uma prova de que o empenho da sociedade pelo crescimento do município e da região deve ser ainda maior. Outro aspecto que deve ganhar importância é a bandeira regional, levando-se em consideração que as pessoas das cidades vizinhas são atendidas em Laranjeiras. Momentos de crise sempre existirão, o que faz a diferença, é a forma como se lida com eles.