A pesquisa de Assistência Médico-Sanitária do IBGE mostra que há uma concentração de equipamentos de saúde de maior tecnologia – como tomógrafos e aparelhos de ultrassonografia- no Sudeste, ao mesmo tempo que faltam aparelhos do gênero em outras regiões do p a í s .
No Norte, por exemplo, só 71 estabelecimentos de saúde têm tomógrafo. No Nordeste, só 294. O equipamento de quimioterapia repete a lógica: existe em apenas 17 estabelecimentos de saúde no Norte, 111 no Nordeste e 55 no Centro-Oeste.
Para o médico sanitarista Marco Antônio Andreazzi, a concentração de equipamentos de saúde no Sudeste salta aos olhos. Para ele, tal concentração representa custos para as clínicas e hospital da região, e essas despesas incidem sobre os planos de saúde – a classe média, nesse caso, sofre com esse impacto. Mas o problema mais grave é a falta de equipamentos nas outras regiões.
– Há que se ressaltar que, tirando a Região Sudeste, os equipamentos nas outras regiões se concentram nas capitais.
No Brasil, temos uma medicina cara e o acesso a ela não é uniforme – afirmou Andreazzi.
Setor privado domina serviço de hemodiálise Ao se observar um exame mais comum, como o de ultrasom, novamente a Sudeste mostra-se hegemônica, com 6.487 estabelecimentos com esse aparelho. A região é seguida pela Nordeste com 3.403, pela Centro-Oeste, com 1.380 e pela Norte, com 758. Para a pesquisado do IBGE Maria Isabel Mendes, que coordenou a pesquisa, a região Norte tem características que podem dificultar o atendimento .
– Há normalmente grandes distâncias a serem percorridas nesta região em busca de atendimento. Portanto, deve haver uma preocupação de equipar as cidades para que os grandes deslocamentos não comprometam ainda mais a saúde o paciente – disse Maria Isabel.
Andreazzi acrescentou que Manaus é a cidade do Norte que mais concentra os estabelecimentos de saúde e, conseqüentemente, os equipamentos de maior tecnologia: – Isso dificulta tudo para o usuário dessa região que mora longe da capital.
Apesar da concentração no Sudeste, a pesquisa do IBGE revelou um aumentou oferta de equipamentos nas regiões Norte e Nordeste e apontou tendência de diminuição da desigualdade regional.
Cresceu, por exemplo, o total de mamógrafos.
O setor privado, como um todo, domina os serviços de maior tecnologia. No tratamento de hemodiálise, por exemplo, o setor público detém apenas 9,8% desse atendimento, cabendo ao setor privado 82,5%.