O seguro saúde, o patinho feio das seguradoras nos últimos anos, voltou a dar lucro em 2006. O fim da venda de planos para pessoas físicas e o forte corte de custos estão entre os fatores que ajudaram o setor a equacionar as problemáticas carteiras. Números preliminares de 2006 indicam um resultado operacional do segmento de R$ 800 milhões até outubro e lucro líquido de R$ 572 milhões, ambos dez vezes maior que os números de 2005.
Um estudo preparado para o Valor por Luiz Roberto Castiglione, consultor especializado no mercado de seguros, mostra a recuperação do segmento, mas revela que o fim da venda de apólices para pessoas físicas levou os prêmios do setor de volta a níveis de 1996/1997. Em 2006, ficaram em R$ 9 bilhões, até outubro. Há dez anos, eram R$ 9,6 bilhões em valores corrigidos pelo IGP-M.
A rentabilidade operacional, que chegou a ficar em 1% em 2005, subiu para 9,2% em 2006. Castiglione destaca que para contornar as perdas na área de saúde nos últimos anos e não se desenquadrar das normas de solvência da Superintendência de Seguros Privados (Susep), os acionistas tiveram que fazer aportes de recursos.
Esses aportes geraram receitas financeiras e acabaram contribuindo para a melhora da rentabilidade. Excluindo os ganhos financeiros, a rentabilidade ficaria em cerca de 5%. No período de
Dentro da busca de minimizar os prejuízos, os custos do segmento despencaram. Passaram de 11,5% dos prêmios ganhos em 2003 para 8,1% em 2005. No ano passado, caíram ainda mais, para 7,5%. Castiglione avalia que a informatização e sistemas de controles mais eficazes foram os principais responsáveis pela queda.