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Sindipar faz comunicado para denunciar à sociedade abusos da greve

Sindicato patronal denuncia aspectos abusivos de greve por gerar desassistência

O SINDIPAR, que representa as instituições de saúde da grande Curitiba, fez comunicado público nesta terça-feira, 7 de junho, onde denuncia aspectos abusivos da greve deflagrada pelo Sindicato dos empregados do setor que, ao descumprir aspectos legais da manutenção dos serviços essenciais, passou a expor a vida ou a integridade física dos pacientes, em especial crianças internadas em UTIs de maternidades e no Hospital Infantil Pequeno Príncipe. Com o desabastecimento na assistência à população, a classe patronal pretende responsabilizar civil e criminalmente o sindicato obreiro, o Sindesc, em caso de possíveis consequências, o que inclui assistir judicialmente os pacientes e os hospitais que foram ou se sentiram lesados em seus direitos. O SINDIPAR manifesta entender como legítimo o ato de qualquer categoria em buscar melhores condições de trabalho e remuneração, mas rechaça que se escudem na exposição de vidas humanas, tentando tornar reféns as instituições hospitalares, que estão, acima de tudo, a serviço da sociedade e da proteção da vida. Pelo exposto, faz o Sindicato o COMUNICADO PÚBLICO abaixo a todos os setores da sociedade visando alertar sobre os desdobramentos decorrentes da desassistência, sobretudo em serviços de urgência e emergência.

COMUNICADO PÚBLICO

O SINDIPAR – Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Paraná, mantendo a política de transparência acerca de todos os atos e procedimentos referentes à negociação coletiva de trabalho 2011/2012; vêm a público esclarecer o seguinte:

 

Em que pese, como já amplamente divulgado, a proposta patronal tenha superado todos os índices inflacionários apurados no período, sendo adequada e equiparada a todos os grandes centros brasileiros, inclusive aos índices aplicados na Cidade de São Paulo; ainda assim a representação obreira entendeu por dar início à movimento paredista, em 07.06.2011, às 06 horas da manhã.

 

É importante trazer à sociedade paranaense informações relevantes acerca dos últimos acontecimentos ocorridos no dia de hoje:

 

A despeito da lei 7.783/1989, que classifica a atividade médica hospitalar como essencial, os manifestantes coordenados pelo SINDESC – Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região extrapolam todo e qualquer limite de razoabilidade e legalidade na condução do movimento.

 

Verifica-se a barbárie, o abandono de postos, o desdém com a atenção à saúde e o total descompromisso com a vida de pacientes, alheios a toda discussão instalada nesta negociação.

 

É de responsabilidade do SINDESC o abandono da UTI neonatal no período noturno da Maternidade Nossa Senhora de Fátima, onde houve 100% de paralisação das atividades;

 

É de responsabilidade do SINDESC a paralisação de 60% de todo quadro pessoal do Hospital Pequeno Príncipe, com suspensão de todas as cirurgias eletivas agendadas;

 

É de responsabilidade do SINDESC a paralisação da UTI cardiológica do Hospital da Cruz Vermelha;

 

É de responsabilidade do SINDESC a coação dos trabalhadores de todos os Hospitais, Clínicas e demais estabelecimentos de saúde da cidade; para verdadeiro colapso das instituições de saúde curitibanas, sem qualquer preocupação ou compromisso com a manutenção da vida e bem estar dos pacientes.

 

Indaga-se: é este tipo de movimento, violento, injusto e irracional, que devemos julgar adequado como instrumento reivindicatório?

 

Pelo sacrifício e exposição à alto risco de inocentes crianças curitibanas é que chegaremos à avanços?  Mataremos nossos filhos pela glória da batalha?

 

Deixaremos perecer convalescentes, acidentados; ou submeteremos pacientes a sofrimento pelo capricho de se ter uma bandeira de luta de classes?

 

Quantas mortes serão necessárias para o convencimento do Sindicato de que de fato a proposta apresentada pelos Hospitais é honesta; e até mesmo extrapola os limites do equilíbrio econômico financeiro das entidades?

 

Qual a explicação para balbúrdia, pela revolta em face das propostas apresentadas pela categoria patronal, se estas são praticamente idênticas aos índices celebrados em 2010/2011?

 

Esta manifestação, além de esclarecer, se transmuta em apelo à sociedade curitibana e seus poderes organizados, para analisem quais limites deve considerar como justos para uma campanha salarial.

 

Deve também ser objeto de reflexão quais os rumos que esta mesma sociedade designa àqueles que são responsáveis pela sua guarida nos momentos mais difíceis, fornecendo, mesmo às duras penas, serviços de saúde de excelência, compromissados com a ética e o bem-estar dos curitibanos.

 

Curitiba, 07 de junho de 2011.

 

Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de

Saúde do Paraná – SINDIPAR

Luis Rodrigo Schruber Milano