contato@sindipar.com.br (41) 3254-1772 seg a sex - 8h - 12h e 14h as 18h

Temporão diz que vai reajustar a tabela do SUS

            O ministro José Gomes Temporão (Saúde) afirmou nessa terça-feira (11/09) que parte dos R$ 2,1 bilhões anunciados na semana passada para o setor será usada para reajustar a remuneração da tabela do SUS em procedimentos de cardiologia, neurocirurgia, medicina nuclear e UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).

            De acordo com a pasta, outra fatia deverá ser utilizada ainda no pagamento de emendas parlamentares na área de saúde.

            O dinheiro, porém, ainda não foi liberado oficialmente. De acordo com Temporão, isso depende de "questões formais" do Ministério do Planejamento. O Planejamento, por sua vez, afirmou que a liberação dos recursos não depende da pasta.

            Temporão reuniu se ontem com os governadores do Piauí, Alagoas, Ceará, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Pernambuco. O setor de saúde passa por uma crise em Estados do Nordeste.

            Segundo ele, os R$ 2,1 bilhões passarão ao orçamento de 2008  aumento de 22% em relação a 2007 para os procedimentos de alta e média complexidade (de consultas especializadas a cirurgias cardíacas).

            O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT) disse ontem que a liberação dos recursos foi "importante", mas que "a crise não é tão simples que R$ 2,1 bilhões resolvam".

 

Estados do Nordeste pedem mais dinheiro do governo para a saúde

 

 

            Em uma carta ao Ministério da Saúde, secretários da Saúde de seis dos nove Estados do Nordeste pedem que 60% dos R$ 2 bilhões reservados pelo governo federal para a saúde sejam usados no reajuste dos valores pagos pelos procedimentos de média complexidade, e que os outros 40% sejam repassados para investimentos.

            Os secretários, reunidos ontem em Fortaleza, também pediram um reajuste diferenciado dos tetos de atendimento de alta e média complexidade, para acabar com as diferenças entre os Estados do Norte e Nordeste, que recebem valores per capita abaixo da média nacional, e os do Sudeste, Sul e Centro Oeste, que recebem valores mais altos.

            O maior problema da saúde no Nordeste, segundo os secretários, são os atendimentos de média complexidade, em que se enquadram procedimentos como cirurgias de hérnia e vesícula, e a retirada de nódulos de mama. Na região, dos 45,6 milhões de habitantes, 88,5% dependem da saúde pública.

            "Os valores repassados pela União estão defasados e, com a falta de atendimento, esses pacientes, que poderiam receber um atendimento eletivo, acabam superlotando ainda mais as emergências", disse o secretário da Saúde do Rio Grande do Norte, Adelmaro Cavalcanti.

            O presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), Osmar Terra, que é secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, defende que os reajustes para média e alta complexidade têm de ser proporcionalmente maiores nas regiões mais pobres, que já recebem menos. "Sem esse reajuste, como é que essas regiões poderão investir e melhorar o atendimento da demanda?", questiona.