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Empregados do setor privado da saúde anunciam greve para quinta-feira

 

O Sindipar realiza nesta quarta-feira (28/06) Assembléia Geral Extraordinária para firmar posição frente ao anúncio de greve anunciada pelo sindicato obreiro, com previsão de início para 6h de quinta-feira, dia 29. A primeira convocação está marcada para 9h e a segunda para 9h30. A AGE vai ocorrer na sede da Fehospar, na Rua Augusto Stresser, 600, Alto da Glória. A última posição firmada pelos representantes do setor hospitalar foi de opção pelo dissídio coletivo no lugar da convenção coletiva, manifestada no dia 20 último durante audiência na Procuradoria Geral do Trabalho. Na ocasião, os representantes do Sindesc acolheram a proposta de dissídio, mas a condicionaram à realização de assembléia da categoria, a qual acabaria deliberando pelo indicativo de greve.

O Sindipar foi notificado na última segunda-feira sobre o resultado da assembléia dos trabalhadores da saúde, via ofício assinado pela presidente do Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves. Conforme consta do documento, “ficou deliberado pelos presentes à assembléia que os trabalhadores iniciarão greve por tempo indeterminado, sendo iniciada no dia 29, a partir das 6h da manhã”. E completa: “Comunicamos que a comissão organizadora da greve (Sindesc) manterá os 30% previsto em Lei para os setores essenciais dos hospitais paralisados, sendo eles: uma maternidade e uma pronto-socorro para a comunidade”.

Impossibilidade

 

A Diretoria do Sindipar destacou nesta terça-feira que, por enquanto, prevalecem os termos manifestados na Procuradoria Regional do Trabalho, de que sempre esteve disponível para as negociações, mas que há total impossibilidade de acolher as reivindicações da classe obreira no atual momento. Ainda nesta terça, o presidente do Sindipar, José Francisco Schiavon, manteve contato com a presidência da Unimed no sentido de vislumbrar alguma perspectiva iminente de reajuste nos procedimentos, o que até poderia possibilitar segurança financeira na retomada das negociações. Contudo, nenhum aceno de reajuste foi dado, a exemplo do que ocorre em outras modalidades de saúde suplementar e também do sistema público, o SUS.

Conforme esclarece o Sindipar, na audiência na Procuradoria vai exibida a posição dos hospitais e demais empresas de saúde firmada em assembléia geral, de opção pelo dissídio coletivo no lugar da convenção coletiva. Na oportunidade, a diretoria do Sindesc, o sindicato obreiro, manifestou concordância com o dissídio, mas antecipou depender de manifestação da categoria, na assembléia que se realizaria na noite de 21 de junho e em que houve a decisão pela greve. Como ficou consignado em ata, os hospitais têm interesse sim em negociar, mas a convenção coletiva inteira e não apenas algumas cláusulas econômicas, como o percentual de 17% de reajuste e a equiparação com o mínimo regional, pretensões impossíveis de acolhimento no atual momento. Ao contrário ainda da versão dada pelo segmento trabalhador, esclarece o departamento jurídico do Sindipar que a jornada proposta de 44 horas semanais é para setores específicos e que visam somente beneficiar o empregado, para que tenha uma remuneração adicional.

De acordo com o presidente do Sindipar, José Francisco Schiavon, entende que os empregados exercem o seu legítimo direito de reivindicar e reconhece que a atividade é hoje uma das que mais sofrem com a baixa remuneração, mas esclarece que é reflexo de uma crise que deixou os estabelecimentos de saúde inviabilizados financeiramente. Explica que há mais de 10 anos não há reajustes na esfera do sistema público, o SUS, e que na saúde suplementar (os planos de saúde) as defasagens já são superiores a 80%. O fechamento de hospitais e serviços, assim como o grau de endividamento do setor, sustenta, demonstram que o problema é financeiro mesmo e não gerencial de uma ou outra empresa.