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Paraíba: Médicos em greve podem pedir desligamento do SUS

A reunião entre o técnico Carlos Mattos, do Ministério da Saúde, e os representantes da classe médica de Campina Grande, realizada na manhã de dessa quarta-feira, no auditório do antigo Museu Vivo da Ciência, não avançou nas negociações, contribuindo para a continuidade da paralisação dos médicos especialistas. Carlos Mattos, que se encontra na cidade desde o início desta semana, descartou qualquer reajuste nos valores das cirurgias eletivas do Sistema Único de Saúde (SUS). Os profissionais suspenderam os procedimentos cirúrgicos desde o final do mês passado, condicionando o retorno às atividades ao aumento da tabela do SUS em 100%. Eles também ameaçam pedir descredenciamento do serviço.

 

Conforme Carlos Mattos, o Ministério da Saúde não tem condições de reajustar nenhum serviço do SUS este ano, tendo em vista o orçamento já ter sido aprovado. No entanto ele sinalizou para um estudo no início do próximo ano.

 

Durante a reunião, os representantes das entidades médicas de Campina Grande denunciaram o descaso da saúde no município, ao mesmo tempo em que solicitaram o empenho do representante do MS no sentido de resolver os problemas, sendo o mais urgente a revisão das tabelas dos tetos financeiros dos hospitais e dos serviços realizados pelos médicos conveniados ao SUS.

 

Segundo o titular da Secretaria Municipal de Saúde, Metuselá Agra, o técnico Carlos Mattos foi enviado a Campina Grande, pelo Ministério da Saúde, para confirmar a projeção de que o município não tem condições de aumentar os valores das cirurgias eletivas. O pagamento integral dos procedimentos, através do Sistema Único de Saúde, explica Metuselá Agra, não tem como ser pago em função dos hospitais ultrapassarem o seu teto financeiro, sendo, portanto, responsabilidade dos próprios estabelecimentos hospitalares e não da Secretaria Municipal de Saúde, que gerencia hoje uma gestão plena no valor de um pouco mais de R$ 4,7 milhões.

 

O coordenador do movimento paredista dos especialistas, Geraldo Antônio de Medeiros, disse que o representante do Ministério da Saúde está equivocado ao afirmar que o MS não pode reajustar os valores dos serviços, tendo em vista que os profissionais de João Pessoa e Natal (RN), já conseguiram aumento nas tabelas.

 

Ele disse que a categoria não vai abrir mão de sua reivindicação, adiantando que se não houver reajuste, progressivamente todos os médicos estarão se descredenciando do SUS. Em relação ao descredenciamento, Metuselá disse que é um direito da classe se desligar do SUS. “Não podemos obrigar os médicos a ficarem no SUS” .